Servidor informado e
convencido é multiplicador do projeto.
O endomarketing está na moda. Hoje, ele se encontra
incorporado à pauta de preocupações das empresas. Cada vez mais, empresários
identificam como erro gravíssimo de estratégia, querer satisfazer o cliente
externo sem antes conquistar o cliente interno. E como é possível transformar
os funcionários da organização em parceiros? Simples – ou nem tanto -,o
endomarketing pode ajudar.
Mas, afinal, o que vem a ser, este tal de endomarketing?
Marketing, todos sabem, é uma atividade empresarial que busca satisfazer as
necessidades e desejos do cliente. Logo, endomarketing (endon = posição ou ação
para dentro) significa ações empresariais que buscam satisfazer o cliente
interno, isto é, o funcionário da organização. Nenhum programa de ações
mercadológicas voltadas para o cliente externo funciona sem uma profunda
atenção e investimento no marketing interno.
Se equivoca quem agir desta forma. Como comete equívoco
grosseiro pensar que a satisfação do cliente interno só está relacionada ao
salário. A questão da remuneração, muito importante, sem dúvida, é apenas o
primeiro passo de todo um processo. O funcionário também precisa ser estimulado
por incentivos psicossociais. A experiência tem mostrado que, por exemplo, o
reconhecimento e o elogio são práticas importantes neste processo. E motivação,
na maioria das vezes, pode ser sinônimo de melhor e mais qualificado
rendimento.
Esta é a concepção mercadológica e capitalista do
endomarketing, estratégia que bem utilizada, aumenta a rentabilidade e o lucro.
Mas o que tem com isso, uma instituição pública que não disputa mercado e não
visa o lucro? Tudo. As instituições públicas, na mesma direção, mas com outros
horizontes, precisam do endomarketing.
Hoje o cenário mostra um processo de desmonte do Estado, de
desvalorização do servidor público e do seu papel. Como conseqüência, temos um
funcionalismo, desmotivado, inseguro, com baixa auto-estima, preocupado em
manter algumas vantagens, corporativista, sem disposição para alterar rotinas,
repleto de vícios e desvios de conduta.
O endomarketing, no serviço público, pode ser um
instrumento importante na relação do governante com os servidores. Capaz de
contribuir efetivamente para reversão deste quadro. Nestes tempos bicudos, de
grandes dificuldades financeiras para estados e municípios, sob a égide da Lei
de Responsabilidade Fiscal e dos olhares atentos dos legislativos, que se
traduzem em pouca possibilidade de reajustar salários, é fundamental encontrar
outros caminhos de valorizar os servidores.
E aí, quase tudo que foi dito com relação às empresas, se
aplica aos governos: preocupação com a qualidade de vida, plano de cargos e
carreira com possibilidades de desenvolvimento e ascensão, reconhecimento por
bom desempenho, participação nas decisões e escolha de tarefas mais
desafiadoras e gratificantes. Este conjunto de valores, somado ao esforço em
conceder salários justos e compatíveis com a importância das tarefas
executadas, podem evitar tensionamentos na relação com o funcionalismo, e, mais
do que isso, estimulá-lo a prestar um serviço cada vez mais qualificado ao
cidadão.
O endomarketing no serviço público, orientado e monitorado
pelas secretarias de Comunicação e de Administração, validado pelo centro do
Governo, deve ter ainda o objetivo de democratizar a informação, não só do que
interessa diretamente aos funcionários, mas, também, o que é de interesse dos
cidadãos-funcionários. Com ações de valorização se recupera e qualifica o
servidor, com informação e formação, se ganha o multiplicador.
Quando informado das ações para melhorar a sua vida e a de
toda a população, o que o atinge, também, como cidadão, o servidor é capaz de
reverter qualquer imagem negativa e/ou de inércia que possa estar colada no
Governo por ação da oposição e/ou da mídia ou mesmo por dificuldades
administrativas e/ou políticas da própria gestão.
Informado, convencido e conquistado, o servidor estará
disposto, espontaneamente, a defender o projeto político que reconhece como
satisfatório e a se transformar num aliado no dia-a-dia e na batalha eleitoral
que vier pela frente.
Assim, um bom endomarketing e uma eficiente comunicação
interna, envolvem o governo como um todo e deve ser construído em três eixos:
Conquista e convencimento – O servidor tem que ter certeza
de que o Governo está fazendo o melhor para ele, para a cidade e para a
sociedade. Que é um governo disposto a estabelecer o diálogo e o acesso às
instâncias de poder. Os instrumentos são os institucionais, como comissões de
discussão e negociação e o estimulo a formação de grupos de ação e formação
profissional.
Qualidade de vida – O servidor tem que sentir que o que
está ao seu dispor é seu, não só como funcionário, mas como cidadão. A idéia de
zelo pelo patrimônio, respeito, parte do princípio que o que o servidor usufrui
é de todos e precisa ser cuidado. Neste sentido, é fundamental um ambiente de
trabalho saudável, onde possa fluir a troca de informações, de experiências e
que estimule a relação respeitosa e solidária.
Informação e formação – O servidor tem que saber tudo que
está sendo feito e porque está sendo feito. Este processo passa pelas mais
diferentes fases de comunicação, desde as singelas, como a boa sinalização dos
prédios e a aparência pessoal dos servidores, a utilização de vídeos
institucionais em todos os espaços possíveis e a espera na chamada telefônica,
até as mais complexas, como a busca de qualificação pessoal e profissional, e a
implantação de um processo pedagógico de envolvimento e estímulo.
Plano de trabalho
1. Objetivos gerais:
- Esclarecer, orientar e informar o público interno;
- Contribuir para uma maior participação dos servidores nas
ações desenvolvidas pelo Governo, elevando sua auto-estima e favorecendo a
motivação;
- Consolidar a imagem, o conceito e a credibilidade do
Governo junto aos servidores;
- Desenvolver ações que resultem na melhoria da qualidade
dos serviços nas áreas fins, tendo como alvo a valorização do servidor;
- Compromisso com a eficiência e busca de resultados,
associados à qualidade dos serviços prestados;
- Integrar as diversas linhas do Governo para a
concretização dos projetos de Comunicação Interna.
2. Metas
- Valorizar o trabalho dos servidores, contribuindo para a
elevação da sua auto-estima;
- Conquistar o respeito do servidor;
- Informar os servidores públicos sobre as ações do
Governo;
- Orientar os servidores;
- Registrar e divulgar a excelência da qualidade dos
serviços conquistada nas diversas áreas;
- Destacar e valorizar as experiências e iniciativas dos
servidores, que contribuem para mudanças nas diversas esferas do serviço
público;
- Ampliar as ações de comunicação, para atingir a todos os
servidores, nos mais diferentes órgãos do governo.
Adaptação e Fonte:
J.F.Valente - Consultor Político
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