quinta-feira, 4 de abril de 2019

Meu crepúsculo! Última publicação deste Blog!


No início de setembro de 1972 iniciei na área de Relações Industriais (como era o RH das antigas) em uma multinacional farmacêutica, Bristol Myers, à qual, até hoje guardo meus tempos lá vividos com muito carinho. Meu primeiro cargo na área foi Analista de Cargos e Salários Junior. Gostei muito da área. Nela fiquei até hoje. Saí de lá como Pleno.

Até 1986 trabalhei somente na área de Cargos e Salários. Tanto na área pública como na privada. Nesse ano virei Gerente De Remuneração e Desenvolvimento. Em um grande e maravilhoso Grupo Empresarial nacional.

Nunca tive vocação para ser Diretor, apesar da minha valiosa bagagem técnica e profissional. Gerente estava bom. O que eu mais gosto é por a mão na massa. Nas empresas por onde andei eu atuava junto da equipe e com a equipe. Adorava confusão, gestão de rotinas e pressão. Muita pressão. Eu sempre fui mais integrante da equipe do que gestor da equipe. Eu e minhas equipes sempre nos demos bem. Ganhei oportunidades, perdi oportunidades. Esse foi o meu jeito.

Em 1993, como decorrência das medidas do Governo Collor de portas abertas, a indústria de autopeças sofreu forte contração. Era RH em uma das plantas industriais de uma grande empresa e a mesma foi vendida a uma multinacional como tantas outras autopeças. Virei Consultor em busca da plena empregabilidade. 

Até 2002 atuei como Consultor Interno de RH e de Atendimento ao Cliente em duas grandes Distribuidoras de Veículos de alcance nacional. Hoje, uma delas é a mais poderosa do país. Em 2002 formalizei minha Pessoa Jurídica e voltei à área pública. Adorei esse retorno. Aprende-se muito com a área pública. Foi minha terceira experiência (a primeira estadual e a segunda federal). Agora estadual e municipal. 

Como Consultor de RH de uma Fundação ligada a uma Universidade Federal atuei em várias prefeituras e governos estaduais. Aprendi e gostei muito. Conheci um monte de gente legal e diversificada. Lá fiquei por um bom tempo. Findo meus contratos virei Gestor de RH da própria Fundação. Em Brasília. Vivi lá de 80 a 84. Cidade que nunca sairá do meu coração. Tanto pelo meu querido anos 80 quanto pela minha segunda passagem por lá. Pelas empresas que trabalhei e pelos amigos que lá deixei. 

O segmento que mais gostei de trabalhar foi o das empreiteiras. Foram pelo menos 15 anos. Adorava botar a bota no barro nos canteiros de obras no meio do mato e das discussões calorosas com os engenheiros e os chamados peões da obra. Engenheiro de canteiro de obras é a fina flor da engenharia. Nunca conheci um chato! 

Ao longo desses 44 anos de vivência contínua e direta em gestão de recursos humanos, tive muitas alegrias e também muitas decepções. Decepções mais pela qualidade das pessoas do que das empresas. Depois de alguns contratos pontuais no ano passado e da aposentadoria, resolvi, nesse abril, que era hora do meu crepúsculo.

A partir de agora quero a minha vida só para mim e meus familiares e amigos. Longe, muito longe, da competição insana que hoje rodeia o mundo corporativo e, principalmente, o mundo das Consultorias. Pequenas e Grandes. Sem estresse! De forma “light”! Fui!


quarta-feira, 3 de abril de 2019

Você tem que ser sempre o primeiro, o segundo lugar não vale nada!


Tempos atrás li em uma rede social uma postagem de um palestrante que dizia mais ou menos assim: "Você tem que ser sempre o primeiro, o segundo lugar não vale nada, o segundo lugar significa o primeiro dos perdedores, nunca se conforme com o segundo lugar, seja sempre o vencedor". Essas palavras vinham acompanhadas da foto do palestrante em ação em uma de suas palestras.

Assistir uma palestra motivacional com esse teor de agressividade pode surtir um efeito contrário ao que você vem buscando. 

Logo após a crise financeira dos Estados Unidos que começou com a quebra do Banco Lehman Brothers, um articulista de lá escreveu um artigo abordando a influência dos gurus e dos livros de auto ajuda na quebradeira geral. Dizia que de tanto ouvir falar "Você pode", "Você tem competência", Você tem que pensar como vencedor", "Você tem que sempre pensar grande", Você merece" e por aí vai, muitos e muitos americanos partiram para a compra generalizada de imóveis e veículos. O final dessa estória você já sabe.

Concordo que é estimulante assistir palestras motivacionais de esportistas vencedores em suas áreas de atuação. A psicologia nos ensina que é comum a projeção da realização pessoal através do sucesso dos nossos ídolos. Porém, lembre-se que pode bastar apenas uma derrota, para que toda a construção de sua carreira de sucesso venha abaixo, não importando suas vitórias passadas. "Foi excelente em todos os jogos do campeonato, porém sofreu um gol no jogo decisivo". Muitas carreiras de bons goleiros terminam assim.
  
Uma carreira não pode ser esquecida por causa de uma derrota, por causa de um segundo lugar ou por causa de uma promoção que não saiu. Vencedor é só um. Se sua empresa tem dez gerentes, são só dez gerentes. Se tem cinco diretores, são só cinco diretores. Continue feliz fazendo o que gosta e continue fazendo bem feito. Procure não se iludir com palestras que apontam sempre para sonhos que não são seus ou, simplesmente, que não existem!