Antes de expor mais um artigo muito interessante da Lucy Kellaway, discorro algumas palavras em consonância com o tema abordado. Uma situação comum entre os Consultores
independentes é a concorrência com as grifes de mercado. Fui convidado
para preparar uma proposta para uma grande empresa da área da saúde. O dono dessa empresa queria três
orçamentos, um de uma consultoria multinacional, outro de uma consultoria
nacional e outro de um consultor independente.
O projeto era para a
reestruturação total de todo elenco de cargos e carreiras, classificação e
avaliação de cargos, pesquisa salarial e construção de tabelas especificas a
cada grupo ocupacional. Uma semana depois o Diretor de RH telefonou e disse que tinha uma notícia boa e uma ruim. A boa era que o meu orçamento era o melhor
e a ruim era que o dono entendia que sozinho poderia faltar, ficar doente, atrasar,
enfim, argumentos desse tipo.
Passados mais alguns dias, outro telefonema.
Agora só uma notícia boa. O dono entendeu que o preço da consultoria
multinacional era excessivamente caro e ele queria essa, a multinacional.
Resumindo,desenvolvi sozinho toda a estrutura de cargos (mais ou
menos 400) com descrições e levantamento de competências e a pesquisa salarial.
Após seis meses de trabalho, cumpridos rigorosamente à risca, entrou a
multinacional para fazer a avaliação e a montagem das tabelas e apor sua grife
no fino e bonito caderno, contendo todo o trabalho, inclusive o meu!
Essa comentário incidental reflete bem as dificuldades que passam
os Consultores independentes. Eles não
tem telefone fixo (costumam só indicar o celular) e não possuem espaço físico
em um edifício comercial!
Empresários e RH´s, procurem avaliar as possibilidades técnicas quando um Profissional
CHO (Consultor Home Office) bater à sua porta. É tão bom quanto uma grife, costuma ser mais barato,
pois não sustenta estruturas e funcionários e está aí, à sua disposição! CHO – Um dia você ainda vai ter um!
*Por Lucy Kellaway
Algum tempo atrás participei de um comitê cuja tarefa era
contratar um "headhunter". Ficamos grande parte de um dia trancados
em uma sala na City de Londres com muito café e biscoitos, assistindo a uma
apresentação após outra de firmas concorrentes.
Quatro equipes entraram na disputa. Uma delas tinha apenas
dois integrantes, outra quatro. Todas tinham boa aparência, estavam bem
vestidas e eram amigáveis daquela maneira profissional que assusta um pouco.
Cada equipe tinha uma apresentação no PowerPoint, em que nos
asseguravam suas "redes de contatos globais incomparáveis" e seu
"profundo conhecimento do setor". No fim do dia eu estava com quatro
pacotes gordos de apresentações em papel lustroso, que foram direto para o
picador de papel.
Não havia nenhuma boa razão para escolher qualquer uma
daquelas firmas de recrutamento em detrimento das outras, mas uma escolha tinha
que ser feita. Portanto, acabei desqualificando uma simplesmente porque seu
principal homem disse "maximizar o pool de talentos", combinando
assim três das palavras de que menos gosto em uma única frase. Preferi outra
firma, cuja apresentação foi um pouco mais curta.
Essa pantomina é uma maneira detestável de se contratar
alguém. Mas é a maneira como advogados, consultores, agências de propaganda,
firmas de relações públicas, bancos, corretoras e auditorias rotineiramente se
digladiam para conseguir trabalho.
O primeiro erro com esse tipo de coisa é o custo. Três
pessoas do meu comitê perderam o dia e cada firma passou vários dias preparando
e se locomovendo para a apresentação. O custo em si não seria importante se nos
levasse a tomar uma boa decisão.
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A britânica Lucy
Kellaway é jornalista do "Financial Times"
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