Fonte: Pequenas Empresas, Grandes Negócios
Rafael Farias Teixeira
Mas, mesmo com essa nova realidade, parece um tanto assustador descobrir que agora as empresas estão contratando outras empresas para investigar o que seus candidatos andam fazendo na internet. É algo como uma análise de histórico criminal, só que na era digital.
A Social Intelligence, startup de apenas um ano, faz isso. Esquadrinha a internet para saber exatamente as atividades on-line de um possível candidato nos últimos sete anos (!). Todas as informações são reunidas em um dossiê que irá ressaltar boas atividades, como honras profissionais ou trabalho voluntário, mas também deixam claro qualquer tipo de comportamento negativo, como comentários racistas, referências a drogas ou fotos ou textos muito sensuais.
O pânico é uma reação involuntária para qualquer pessoa que um dia já usou a internet, mas Max Drucker, presidente da empresa, afirma que eles não são detetives. “Tudo o que nós reunimos está publicamente disponível on-line”, disse em entrevista para o site do The New York Times. A entidade americana The Federal Trade Comission, que também demonstrou preocupação sobre o serviço da Social Intelligence, fez uma investigação e determinou que ela está de acordo com a Fair Credit Reporting Act, lei que regula como informações sobre consumidores são conseguidas e divulgadas.
Ou seja, está na hora de se preocupar (mais ainda) com o que você anda fazendo na internet. Drucker deu diversos exemplos de pessoas que deixaram de ser empregadas por comportamento questionável no universo on-line. Uma mulher que divulgou fotos em que estava pelada; pessoas que fizeram comentários antissemitas e racistas; um candidato que pertencia a um grupo do Facebook intitulado “Isso é a América. Eu não deveria precisar apertar o número 1 para ser atendido em inglês”; um que tinha 15 páginas de fotos dele com diversas armas; outro que divulgou uma foto dele em uma estufa com uma plantação de maconha.
O engraçado de toda essa pesquisa é descobrir que menos de um terço das informações é retirado de grandes sites como Facebook, Twitter ou MySpace. Drucker afirma que boa parte do conteúdo negativo vem de pesquisas mais profundas, de comentários em blog ou posts em sites sociais menores, como o Tumblr e grupos no Yahoo. Depois vêm os vídeos e fotos que as pessoas postam ou que são relacionados a elas.
Mas, para o empresário, o propósito da empresa é bem maior do que apenas revelar “os podres” dos candidatos. Ele afirma que o objetivo é criar reuniões pré-contratação que ajudem as companhias a realizar práticas justas, e ainda protegendo a privacidade do candidato (?).
Ele explica: o relatório feito pela empresa remove qualquer referência a religião, raça, deficiência ou qualquer outra informação protegida pela regulamentação federal, informações que não podem ser perguntadas durante qualquer entrevista. Ao mesmo tempo, todos os candidatos precisam autorizar essa pesquisa de histórico e eles são notificados de qualquer informação adversa que for encontrada no caminho.
De certa forma é até bom para o candidato, já que ele fica sabendo de qualquer escorregada que tenha feito. É uma forma de fazer reparos. Para o empregador é uma forma de não confundir um candidato com outro que tenha um passado negro on-line e, ao mesmo tempo, não o expõe a informações que são legalmente proibidas.
Ou seja, parece um grande paradoxo, uma grande briga para saber onde descansa a linha da privacidade. Até porque quantas dessas informações recolhidas pela Social Intelligence realmente determinarão o perfil profissional do candidato?
O que você acha de empresas que dependem desse tipo de histórico na hora de contratar ou confiam demais nele? Será que empresas conseguem ver a diferença entre um perfil pessoal e um perfil profissional?
Comentem e compartilhem! E cuidado com que andam escrevendo na internet! =S
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