Abimael Silvestre
Nada sei dos
rumores,
Apenas os sinto
rasgarem o silêncio das gargantas profanas,
Ante o quadro do
velho barão, lembrando as viagens que nunca fiz e dos castelos de areia onde um
dia fui rei,
bebo o último
gole de uma taça vazia,
Tambores,
Indissolúveis e
estáveis marcam o compasso das horas,
Ponteiros,
sorrateiros buscam a liberdade fugindo de seus relógios,
Becos, quem me
segura na sombra que eu faço?
Anima Mea!!
As datas da
pedra sempre foram muito próximas,
O véu da noiva
repousa nas escadarias da igreja, rasgado,
Estranhos são os
poderes, fitando corpos tremes de frio,
Emoção. Coração.
Lápide.
No tapete de
folhas turvas sinto tua presença,
De quando tua
respiração me esquentava a alma,
Amores
proibidos, finitude de vida, essência,
Palavras de
ordem, ordem das coisas,
Trens urbanos
açoitam trilhos incandescentes,
Almas
silenciosas repousam nas asas do avião,
Olham para
dentro,
Chamam por
alguém,
Latas de cerveja
rolam pelas plataformas do metro,
Nada sei,
Chego,
Subo,
Me acomodo,
Lá estarei,
Lá ficarei,
Poesia e morte,
Morte e poesia,
Nuvens brancas,
Brancas e
sólidas,
Morada do meu coração...,
Nada sei, mas lá
estarei,
Lá ficarei
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