Em entrevista ao Administradores.com, o belga-suíço Didier Marlier, especialista em gestão e liderança, falou como o estilo de liderança e a gestão têm que evoluir para que as empresas sobrevivam à ruptura da economia
“O mundo não para”. A frase não poderia ser a mais clichê,
mas, sem dúvida, é uma das mais verdadeiras. E se “o mundo não para”, os
elementos presentes nele também não. Através dessa evolução e constante
mudança, a nossa vida é diretamente afetada em diversas áreas. As rotinas de
trabalho, a sua carreira, o dia-a-dia das empresas, todos eles estão inseridos
nesse contingente que está à mercê de mutações. Ficar parado no tempo e não se
adaptar a essas transformações pode ser um caminho - sem volta – rumo ao fracasso.
O belga-suíço Didier Marlier, especialista em
gestão/liderança e coautor do best-seller "Engaging Leadership",
esteve no Brasil recentemente, em palestra na ESPM, para falar, justamente,
sobre como o mundo corporativo vem sofrendo alterações significativas. O
Administradores.com conversou com o especialista sobre algumas dessas profundas
mudanças que afetam a liderança, os setores de recursos humanos, a economia e
até a própria forma de administrar as empresas. Confira abaixo:
O termo liderança virou moda. Todo mundo hoje quer ser ou
ter características de um líder. Até que ponto isso é positivo e negativo
dentro de uma organização?
Essa é uma das características de um mundo em plena mudança.
Antigamente, o conhecimento era a arma do poder entre as mãos dos “chefes”.
Hoje em dia o conhecimento está na ponta dos dedos de qualquer um que tem
acesso à internet. As grandes escolas (Harvard, M.I.T. etc.) colocam seus
cursos de graça nos seus websites e grandes ONG estão espalhando aulas para
todos. Recentemente, um dos estrategistas da Cisco viu que uma das 5 maiores
revoluções do próximo futuro ia ser a democratização do ensino... Espero que
ele tenha razão. Mas isso faz que a “arma do conhecimento” caia das mãos dos
líderes e que todos hoje se sintam mais capazes a tomar decisões e liderar.
Vou estabelecer um paralelo aqui: está sendo estimado que o
cérebro humano recebe e processa 11 bilhões de bits de informações por segundo!
E sobre esses 11 bilhões, o cérebro “consciente” apenas consegue tratar entre
50 e 70... A comparação que faço é que, numa empresa, a diretoria faz o papel
deste cérebro consciente. O problema e o perigo são que, hoje em dia, com o
aumento da complexidade, dos riscos de caos, das oportunidades e ameaças de
rupturas (tecnológicas, sociais, políticas etc...) esse cérebro consciente
deveria ter capacidade de processar muito mais que 50 e 70 de informação a cada
segundo.
A boa notícia está que, muitos (não todos) liderados estão
dispostos e capazes de fornecer esta matéria cerebral extra que falta para a
diretoria. As boas intenções estão lá, as competências também. Os liderados
estão se disponibilizando para assumir mais tarefas e papel de liderança.
Então, muito mais pessoas estão se disponibilizando a
assumir um papel de liderança e esta é uma coisa excelente por si. Agora,
seguindo a metáfora, temos que ter certeza que eles ajudam de verdade essa
diretoria, dando mais capacidade de processar informações.
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