Recentemente assisti um filme, Whyplash. Um belo filme.
Especialistas em comportamento e planejamento de carreira devem ou deveriam ter
gostado. Não é minha intenção rabiscar mais um artigo sobre as “querelas da
vida corporativa” e nem do desgastado clichê “lições que você pode extrair do
filme...”. Logo, logo aparecerão artigos assim. Portanto, quero rabiscar apenas
sobre um jovem comum, com seus sonhos e limitações. Um jovem que não pode ser
rotulado como sendo da geração Y, apesar de ter apenas 19 anos. Jovens da
geração Y costumam mudar de emprego quando ouvem o primeiro não ou quando o
superior não lhe dá a atenção que julgam merecer. A geração Y vive com a “faca
e o smartphone na mão”. Andrew vive com a "faca e o sonho na mão".
A geração Y é um extrato da sociedade que teve o
privilégio de ter sido bem cuidada, bem alimentada e programada desde a
infância para atuar com inúmeras atividades, frequentar as melhores
universidades e realizar cursos da melhor qualidade, locais e no exterior. Isso
significa, por obrigação, que são voltados para o alto desempenho. Quando se fala
de Geração Y, o tema é tratado de forma quase uniforme, o que contradiz um
pouco a Teoria das Competências de David McClelland, na qual, não
necessariamente, os melhores desempenhos escolares ditam o êxito pessoal e/ou
profissional.
Voltando ao tema dos rabiscos, o
comportamento do professor da Escola de Música lembra muito o comportamento do
Sargento do filme de Stanley Kubrick, Nascido para Matar. No filme de Kubrick, um sargento treina de forma fanática e sádica os recrutas em
uma base de treinamentos, na intenção de transformá-los em máquinas de guerra
para combater na Guerra do Vietnã. Tal qual o professor.
Comparado aos dois
comportamentos, O Diabo veste Prada é uma versão mais branda da relação de
poder. Porém, todos querem ter os melhores integrantes em suas equipes. Por
isso buscam a extrema perfeição. No reality show MasterChef, acontece algo
semelhante quando os julgadores vão a campo e nem sempre os participantes ouvem
o que gostariam de ouvir e nem da forma como ouvem. O jovem do filme Andrew, ao
buscar seu sonho, ser um dos melhores bateristas de sua geração e ter seu nome
celebrado pela crítica, fica abatido quando declarado medíocre pelo professor.
No
mundo corporativo temos dificuldades em lidar com aquilo que se chama assédio
moral. Grande parte dos trabalhadores, por conta do desemprego, prefere
submeter-se ao assédio moral a reclamar seus direitos nas instâncias legais. Em
proporções mínimas ou elevadas, todos nós, em algum momento, já sofremos assédio
moral e relevamos. Ou nem percebemos que se tratava de assedio moral ou não queríamos perceber (lembre-se da bota...).
Não vou mais falar do filme, pois é um filme que deve ser assistido. Só comento que o momento propiciou ao Andrew virar e revirar tudo que lhe aconteceu e aprender a lidar com o inesperado.
Não vou mais falar do filme, pois é um filme que deve ser assistido. Só comento que o momento propiciou ao Andrew virar e revirar tudo que lhe aconteceu e aprender a lidar com o inesperado.
Na Copa
do Mundo nossos "meninos" não foram preparados para superar
adversidades ou participar de jogos que na concepção das estatísticas seriam
tranquilos.Chorar e rezar não ganha jogo. Ter
atitude, conhecer os limites e saber lidar com as competências disponíveis podem
fazer ou amenizar a diferença.
Não se abata quando lhe julgarem pequeno, sem qualificação ou o tradicional "seu perfil não é adequado". Vá à luta e supere as expectativas. Vire a mesa. Vire o jogo. Surpreenda a você mesmo.
Diante das adversidades corporativas ou quando seu superior fala mais alto do que devia, tenha a capacidade de permanecer funcionalmente ativo em uma sociedade que exige um ser humano lúcido e emocionalmente estruturado!
Diante das adversidades corporativas ou quando seu superior fala mais alto do que devia, tenha a capacidade de permanecer funcionalmente ativo em uma sociedade que exige um ser humano lúcido e emocionalmente estruturado!
Carlos Alberto de Campos Salles
Consultor de Recursos Humanos
Independente
Remuneração - Gestão de Desempenho - Competências
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