terça-feira, 10 de março de 2015

No país dos coxinhas e petinhas!

"Escrevi esse artigo em 2015 de tão irritante que estava o momento político. Depois de dois anos começou a aparecer no blog como dos mais lidos da semana. O Grupo Governista da época, nas eleições de 2014, me vendeu um país que não existia e talvez nunca tenha existido pela rapidez como veio abaixo. Uma vez afirmei que a esquerda pertence aos poetas enquanto esquerda. Uma vez no poder, cria-se a corte e uma militância que vive das migalhas atiradas" 

Tanto o Grupo Governista quanto o Grupo Não Governista são alvos de ataques insanos nas redes sociais e na mídia. A imprensa anos atrás era muito questionada porque não comentava as matérias, apenas as lia, ou transmitia como queiram. Os artistas eram questionados porque não se engajavam nas realidades sociais. Hoje a imprensa comenta e os artistas se engajam. Em sua maioria maciça, os comentários contra esta ou aquela imprensa, contra este ou aquele artista, quando se manifestam, são movidos por raiva, ódio e quase intolerância. Não existe um “respeitar” a opinião do outro. Não pode. Você não pode me questionar. Quem é você para me questionar? 

 O Grupo Governista que tinha o apoio de todas as forças deste país em 2003 começou a perdê-la a partir de fevereiro de 2005 quando demonstrou que era “mais do mesmo”. Até as últimas eleições, a oposição se comportava no mesmo estilo do antigo MDB, ou seja, oposição consentida. A criminalidade dos “pés de chinelo” aumentou sensivelmente (matar por matar para garantir o crackinho), a corrupção que sempre houve, porém discreta, mostrou caras e garras e o desrespeito à coisa pública virou prática comum. Lembro que na campanha presidencial de 2010 a alta mandatária eleita afirmava que iria combater com unhas e dentes o avanço do consumo do crack.

Ninguém mais respeita a coisa pública porque a coisa pública não respeita mais ninguém


Se sou petinha e apoio o Grupo Governista deve ser porque tenho interesse pessoal, sou comissionado e sou massa de manobra. Se sou coxinha e apoio o Grupo não Governista deve ser porque pertenço à elite branca que quer a revogação dos benefícios sociais e a volta do Raimundo como um simplório fazedor de “bicos” e não como profissional qualificado. Pasteurização total como o amarelado artigo do Juca Kfouri. Se ele escreveu então é novidade. Por elite branca entenda que são todos os contrários aos petinhas, não importando a renda familiar, a cor e a religião. Até perdi um amigo de respeito no Face porque contra argumentei uma opinião dele. Não soube ser democrático, só sabia ser admirado

A convocação para o dia 15 de março ganhou outra convocação para o dia 13. Clima de decisão Flamengo e Fluminense, Palmeiras e Corinthians, Cruzeiro e Atlético, Grêmio e Internacional ou Bahia e Vitória. Black blocs de plantão e a serviço das duas convocações. 

Penso que o que queremos é a ampla, total e irrestrita moralização pública e política no país dos coxinhas e petinhas. Sem mentiras e chantagens emocionais. O fim dos discursos governistas e não governistas pasteurizados, repetitivos e muitas vezes sem o menor fundamento e um grande, mas um grande abraço coletivo.

Em janeiro de 2003 o Brasil estava pronto para a grande e suprema chegada ao futuro e o novo Grupo Governista tinha a faca e o queijo nas mãos. Penso que vai demorar muito para termos o mesmo clima que tínhamos naquele saudoso janeiro. 

Os politburos instalados na América Latina tem o mesmo estilão. Cesta básica ou quase básica para a militância. Os não militantes que se “virem nos 30!”


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