A evolução dos conceitos da Administração nas últimas décadas
1991
Surge no Brasil o conceito de dowsizing, que pouco tempo
depois se transformaria num dos capítulos mais dramáticos da década. Apoiado no
avanço da tecnologia, na busca por custos reduzidos e no aumento da
competitividade, foi o argumento para o genocídio corporativo.
O país entra na onda da ISSO 9000, um conjunto de normas
mundiais usado para garantir a qualidade de produtos e serviços. Num prazo de
cinco anos, o Brasil se transformaria num dos recordistas mundiais de
certificações – umas para valer, outras nem tanto.
1992
Terceirização passa a ser o termo do momento. Cunhado na
empresa gaúcha Riocell, foi introduzido e disseminado no meio empresarial pelas
páginas de Exame.
Um artigo de capa sobre benchmarking apresenta o tema: “Uma
nova técnica de gestão ensina às empresas como prosperar copiando o que dá
certo nas outras”. Um dos exemplos a ser copiado no item qualidade é a Honda.
1993
O mundo dos negócios jamais seria o mesmo depois que os
americanos Michael Hammer e James Champy publicaram seu livro-manifesto
Reengineering the Corporation.A palavra “reengenharia” aparece pela primeira
vez no país, numa reportagem de capa de agosto de 1993. Em pouco tempo as
Empresas passariam a sofrer de anorexia corporativa e milhões de pessoas no
Brasil e no mundo perderiam o emprego em nome das teorias de Hammer – um
equívoco brutal, segundo o próprio.
Empowerment – o poder dividido em nome dos resultados. As
pessoas, enfim, passam a ser vistas como a diferença entre empresas mais
eficientes ou menos eficientes.
1995
Depois da terceirização, é a vez da quarteirização: o
especialista cuida do especialista.
A grande novidade da década é o conceito de learning
organization, termo criado pelo americano Peter Senge para mostrar a
importância do aprendizado constante nas empresas.
A cultura empresarial adquire importância após a publicação
de Feitas para Durar, livro dos americanos Jim Collins e Jerry Porras. Para os
autores, o que determina a supremacia de algumas corporações sobre outras é o
compromisso e a consistência com seus valores básicos.
1996
Você se lembra da diversificação pregada na década de 70? Pois
esqueça-a. O foco torna-se o mote das empresas.
1997
Gênios ou idiotas? Qual desses adjetivos caracterizava
melhor os gurus da administração? Nos Estados Unidos, a indústria de seminários
empresariais movimenta cerca de 20 bilhões de dólares anuais. Sem contar os 750
milhões de cópias de 2000 títulos de negócios lançados por ano. O livro Os
Bruxos da Administração, dos jornalistas ingleses John Micklethwait e Adrian
Wooldridge, questiona a seriedade e a irrefreável necessidade de autopromoção
dos gurus de gestão e torna-se best-seller.
1998
O crescimento vertiginoso da alemã SAP é simbólico do
fenômeno dos softwares de gestão, capazes de cruzar informações de diversas
áreas da empresa. O programa inaugura o bilionário negócio dos pacotes
tecnológicos de gestão.
A responsabilidade social passa a fazer parte da agenda
estratégica das empresas.
1999
A economia da internet joga por terra muito do valor dado
pelo taylorismo ao mundo físico. Idéias valem mais do que máquinas.
Conhecimento e talento são sinônimos de capital. É preciso gerir o intangível,
administrar o conhecimento. A grande questão, até hoje não respondida, é qual a
melhor forma de fazer isso.
O Seis Sigma revoluciona a GE. John F. Welch, CEO da General
Electric, prevê que o programa Seis Sigma economize de 5 a 10 bilhões de
dólares ao longo da década seguinte, alem de lucros extras. O sistema que
permite reduzir a quase zero os defeitos de uma linha de produção nasceu na
Motorola, na década de 80, e ajudou a notabilizar Welch como o executivo do
século.
O CRM (customer relationship management) é a gestão do
relacionamento com o cliente, que toma o lugar do produto como centro da
corporação ideal. Tornou-se um nicho quase tão rentável para os fabricantes de
tecnologia quanto os softwares de gestão.
2000
Fusões, comércio global e pressões sociais fazem que a
gestão ambiental ganhe uma importância sem precedentes.
2001
A governança corporativa surgiu nos Estados Unidos nos anos
80 e ganha destaque no Brasil com a nova lei das sociedades anônimas e no Novo
Mercado da Bovespa.
O mercado editorial se volta para as inseguranças geradas
por um turbilhão de transformações. Lançado em 1998, Quem Mexeu no Meu Queijo?,
livro do médico americano Spencer Johnson sobre como lidar com tantas mudanças,
já vendeu mais de 10 milhões de exemplares em 11 idiomas.
O que mudou/evoluiu de 2001 até os tempos atuais!
Leia a Parte I
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