*Luciana Figueiredo - Psicóloga, especialista em Psicologia Organizacional e em Psicossomática
A vida já me ensinou: não agradamos a todos. Mas com certeza, temos aqueles a quem interessamos, assim como também temos nossas empatias e identificações para com os outros. Em processo de seleção não é diferente.
Buscamos um lugar com o qual nos identificamos, podemos contribuir, nos relacionar, produzir, realizar, crescer, obter reconhecimento e recompensas. Passamos uma boa parte do nosso tempo no local e na ocupação escolhidos para trabalhar.
O interessante é que não de forma incomum nos equivocamos no momento dessa escolha. Consideramos que esse processo é unilateral e/ou que se baseia apenas no que temos - conhecimentos, experiência, vivência, certificados, cursos... e não no que somos - o que gostamos, desejamos, nossas metas, nossa história, quem somos nós...
Na ânsia de não “perder”, nos esforçamos para mostrarmos o que julgamos que o outro quer ver, e nos comportamos mais para sermos aceitos, do que mostramos quem de verdade somos. A escolha então parece ter sido certa, para ambas as partes, até o momento em que ambos começam a se revelar.
Pesquisas antigas já mostram que as pessoas são contratadas por suas competências técnicas, e que deixam as empresas pelas competências comportamentais. Quais são, então, as que mantém os colaboradores nas organizações?
Muito interessante. Fala de relacionamentos e suas vulnerabilidades.
Transcrevo um trecho, a partir do qual, podemos refletir: “Gente interessante não é um clube exclusivo. Qualquer um pode entrar, porque todos são interessantes para alguém. O grau de interesse depende do que a pessoa revela de si, e não do quanto ela se mostra. Não precisa fazer um “striptease”, basta tirar os sapatos e esperar os resultados”....
É isso! Somos todos interessantes para algum lugar, para algum trabalho!
Não estaremos bem em todos eles, assim como haverá aqueles parecendo terem sido feitos para nós. Como encontrá-los?Precisamos ver e ser vistos. Precisamos reconhecer e sermos reconhecidos.
Para isso, temos que nos mostrar, que nos “revelar”, na linguagem do Michael Kepp.
Não é possível que nos reconheçam, se não nos expusermos. Assim também, não poderemos reconhecer o que não foi mostrado.
A seleção de pessoas em uma Organização é um processo de escolha, e dos dois lados. O importante, então, é que cada um se mostre e permita que o outro o faça também. A questão é “quem tira os sapatos primeiro”....
Pode ser que a pessoa ...”nunca tire os sapatos e só revele que prefere se esconder. Mas quem não corre o risco de se expor, também paga um preço. Afinal, uma pérola só tem valor fora da ostra” . Assim é o final da coluna do Michael Kepp, que colabora com meu pensamento sobre o processo de seleção.
Penso que todos somos pérolas, mas precisamos encontrar quem nos reconheça!
* Luciana Figueiredo, Psicóloga, especialista em Psicologia Organizacional e em Psicossomática.
Atua a 25 anos na área corporativa e há 10 anos Gerente de RH Desenvolvimento da C&C Casa e Construção Ltda
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem, da discussão nasce a sabedoria!