"Aos Profissionais de RH
"No Brasil a empresa calça 45 e a escola é um sapato de número 38"
Com esta frase o velho e sábio jornalista, Joelmir Beting, encerra uma matéria veiculada na noite de 16/06/11, aproximadamente às 19:00, sobre a dificuldade do setor de recursos humanos no processo de seleção de profissionais para as empresas.
Segundo o Telejornal, uma pesquisa feita em 39 países, demonstrou que 57% dos países passam por essa dificuldade, ocasionada pela falta de qualificação, de fato, dos candidatos. Se por um lado, atualmente, eles possuem mais títulos, por outro necessitam de comportamentos mais ousados e de maior disposição para o crescimento, o que consiste em envolver-se no ambiente empresarial, vestindo a camisa da empresa, como costumamos frisar.
Segundo o relato de uma gerente de recursos humanos de uma grande empresa, "os candidatos necessitam ter mais garra e menos frescura, é disso que as empresas necessitam".
Após a reportagem minha reflexão:
Parece que estamos em uma estrada de mão dupla, a empresa caminhando em uma direção e os centros de formação profissional( escolas no mais amplo sentido da palavra) em outra. Assim, cria-se um duelo entre recrutadores e candidatos, ambos despreparados para o exercício de suas funções. Como há de recrutar bem, se não houve um devido preparo? Como ser selecionado sem o devido preparo?
Estamos enfrentando uma situação, que se assemelha a uma conhecida brincadeira de criança: o Cabo de Guerra: A grande maioria dos candidatos que não são aprovados nos processos, reclamam dos profissionais que são responsáveis pelo processo seletivo, na outra ponta da corda estão os profissionais que conduzem os processos, também apresentando suas queixas a respeito dos candidatos.
Sou profissional da área de gestão de pessoas: seleciono, capacito, acompanho e busco o desenvolvimento das pessoas que estão sob minha responsabilidade, não creio nas pessoas como recursos, mas como geradoras de recursos. Também passo por situações que os candidatos passam, afinal também já fiquei desempregada e participei de processos normalmente. E por passar, tanto por uma situação como por outra, aprendi que o mais importantes é tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, pode parecer um clichê, entretanto é uma lei de ouro, que não é novidade no conhecimento, mas é uma raridade na prática dos comportarmos.
As escolas, são as únicas culpadas, por não sermos pessoas melhores? As empresas são tão terríveis por exigirem que o gerente de RH fale fluentemente o idioma dos capitalistas que ficam cada vez mais ricos, explorando nossas riquezas?
De quem é a culpa, afinal? Minha iniciativa em escrever, quase que imediatamente, após a reportagem, está ligada ao desejo de compartilhar minhas percepções, além de uma proposta de usarmos esse rico espaço para refletirmos sobre o SER PROFISSIONAL DE RH e contribuir para o crescimento e desenvolvimento, tanto das empresas, quanto dos profissionais, especialmente, do nosso Estado!"
"Concordo que devemos usar este espaço exatamente desta forma, pois este é o formato que nos permite enriquecer de conhecimentos e troca de experiências.
Assim como você, atuo como Gerente de Treinamento & Desenvolvimento e também sou responsável por R&S, ou seja, tenho a difícil missão de atrair, recrutar, selecionar, contratar, desenvolver, capacitar e a missão "quase impossível" de reter estes talentos.
A nova geração que chega ao mercado de trabalho, não é só despreparada no sentido acadêmico da palavra, eles chegam ao mercado sem saber ao certo o que esperam, mas sabem muito bem o que querem ganhar (muito) e o que esperam dar em contribuição (muito pouco).
Como diz Max Geringher, o candidato é contratado e 6 horas depois já está se perguntando, quando será promovido!! E o pior, por promoção ele entende apenas que receberá um salário maior .. raramente se pergunta se está preparado para a responsabilidade a mais que receberá com esta promoção.
Tenho visto muitas empresas "apostarem" em promoção de funcionários que não estavam preparados para a liderança, apenas porque eram bons naquilo que faziam e depois .. não conseguem nem continuar sendo bons "fazendo" e nem "liderando" .. como não conseguem agir pela influência, agem pela força e pelo parco poder que recebem e o clima organizacional e todos os esforços realizados no sentido de mantê-lo saudável, vão para o "vinagre" ...
Acredito que nós, como pais, mães e cidadãos temos que começar a refletir sobre a nossa própria responsabilidade neste estado de coisas que se apresenta .. como educamos nossos filhos? Estamos preparando-os para o mundo corporativo ou legamos esta responsabilidade às instituições de ensino??? Minha mãe sempre me disse que escola ensina o "beabá", educação quem tem que dar é "pai" e "mãe" ... e então, o que estamos fazendo? Dialogando e mostrando, na prática, o que a vida tem de bom e de ruim ou estamos cansados demais quando chegamos em casa e damos graças à Deus quando a internet ou o video game gastam o tempo livre de nossos filhos???
Os estudos sobre a geração Y estão aí .. mostrando o porquê do imediatismo e do individualismo da nova geração .. e me pergunto: quem criou esta nova geração? Não fomos nós mesmos??
Nós, enquanto líderes, também temos esta responsabilidade para com os nossos liderados .. somos o exemplo que será seguido nas próximas décadas e o que fazemos com este papel??? Fazemos aos nossos liderados o mesmo que recebiamos dos nossos "chefes" no passado? Mandamos porque não temos tempo para influenciar a opinião dos outros? Impomos nossa vontade porque acreditamos que ninguém tem o preparo necessário para opinar em decisões que estão sob nossa responsabilidade? ??
Culpar o Estado, as escolas, as faculdades é fácil ... será que estamos preparados para assumir a nossa parcela de responsabilidade? ??
Vamos refletir e analisar nossa conduta ... afinal a vida segue a lei da ação e reação" ...
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