Depois
que Relações Industriais virou Recursos Humanos a área não estava preocupada e
nem empenhada em mudar de nome para fortalecer e/ou melhorar sua imagem perante
o público interno e/ou para a área de Marketing vender a empresa como uma
empresa preocupada em cuidar de sua gente.
Quem
cuida de gente é o governo!
Há
que se falar que no cenário europeu predomina a expressão recursos humanos e os
europeus não ficam horas e horas sobre a mesa a discutir o politicamente
correto que por sinal, é um saco!
Na
área pública, o Governo Federal já decidiu essa questão e determinou a
nomenclatura a ser utilizada em toda sua esfera: Gestão de Pessoas. É a única
expressão coerente para uma mudança.
Tempos
atrás havia uma diversidade cultural e técnica muito grande no universo de
recursos humanos. A área continha em seus espaços mais tradicionais e não
terceirizados, psicólogos, administradores, contadores, pedagogos, assistentes
sociais e engenheiros (segurança do trabalho).
Era
o pessoal de cargos e salários debatendo com a área de serviço social sobre a
valoração dos cargos, eram os psicólogos de recrutamento e seleção trocando
ideias na montagem de dinâmicas de grupo e outros processos seletivos, era o
engenheiro de segurança do trabalho discutindo com o médico do trabalho, eram
as pedagogas da área de treinamento e desenvolvimento buscando apoio para um
seminário interno. Era a turma toda envolvida na organização da Semana Interna
de Prevenção de Acidentes do Trabalho e das festas de final de ano! A turma
toda!
Na
contratação de algum serviço de consultoria, seja de remuneração ou
desenvolvimento gerencial, por exemplo, o profissional da área envolvida
debatia com os consultores sobre exatamente o que era desejado como produto
final e resultados esperados.
Essa
diversidade acadêmica propiciava boas e acaloradas discussões e troca de ideias
em prol da busca contínua de melhorias.
Portanto,
não havia uma única língua na área de RH!
Hoje
a predominância, tanto na gestão quanto em seus espaços, são profissionais
psicólogos. Não venha concluir que tenho algo contra os psicólogos! Pelo
contrário!
Ao
longo da minha vida profissional, iniciada em Cargos e Salários, aprendi muito
com meus pares psicólogos. A ocupação quase que total dos espaços poderia ser
com qualquer outra formação acadêmica. O que quero comentar é que a predominância
de uma linguagem única não alavanca bons debates, pois a solução de problemas
ou a criação de coisas novas, necessariamente vem da mesma formação acadêmica.
A
predadora e excessiva terceirização pulverizou tanto a área de RH que desde
modelos de cartas de comunicação de aumento salarial até projetos de
remuneração variável são solicitados rotineiramente nas redes sociais!
De
novo nada contra, mas hoje, quando você se apresenta como sendo da área de RH,
a pessoa logo pergunta se você é psicólogo!
A
área de RH permite uma infindável busca de coisas novas, experimentos e
inovações. Tirando o cumprimento da parte legal, todo processo de criação é
permitido desde que você formule, valide e sustente tecnicamente suas ideias.
Hoje, na maioria das vezes, sair do lugar comum significa apenas mudar o
nome...
"Como
podem as rãs discutirem sobre o mar se nunca saíram do brejo? Como poderei
falar do céu com o pássaro do verão se está retido em sua estação? Como poderei
falar com o sábio sobre a vida se é prisioneiro de sua doutrina?" - Chuang
Tsé - IV AC
Carlos Alberto de Campos Salles
Consultor de Recursos Humanos
Independente
carh.consultoria@gmail.com
carh.consultoria@gmail.com
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