terça-feira, 17 de maio de 2016

Será que ainda falta muito para o RH ser estratégico?

Uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte com 531 executivos seniores e líderes da área de RH, de 468 empresas, com faturamento entre US$ 125 milhões e US$ 10 bilhões anuais, de diversos setores e regiões, mostra que o problema não está só nas empresas que atuam no Brasil. Mesmo nas companhias globais ainda existe muito a ser feito para que a área de gestão de pessoas mude de status no mundo corporativo.

Há alguns anos, a ideia de ter um departamento "RH estratégico" , alinhado com os objetivos da empresa, vem sendo amplamente divulgada como uma tendência mundial.

Uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte com 531 executivos seniores e líderes da área de RH, de 468 empresas, com faturamento entre US$ 125 milhões e US$ 10 bilhões anuais, de diversos setores e regiões, mostra que o problema não está só nas empresas que atuam no Brasil. Mesmo nas companhias globais ainda existe muito a ser feito para que a área de gestão de pessoas mude de status no mundo corporativo. 

Apenas 16% dos executivos entrevistados acreditam que o RH é bastante valorizado por seus CEOs. Nas grandes companhias esse percentual cai para 10%. O levantamento mostra que os executivos seniores ainda não acreditam que o RH está cumprindo um papel estratégico em suas empresas. Existe, portanto, uma importante lacuna a ser preenchida, já que 80% dos entrevistados reconhecem também que as pessoas são fundamentais para a melhoria da performance de suas companhias.

Entre as companhias pesquisadas, os executivos destacam o crescimento da competição, a pressão dos consumidores para ter produtos melhores e os avanços tecnológicos como seus grandes desafios estratégicos. Assim como a atuação nos mercados emergentes e a distribuição demográfica da força de trabalho.

Algumas áreas na gestão de pessoas foram citadas pelos executivos como sendo vitais para o sucesso de suas organizações. O desenvolvimento de lideranças aparece em primeiro lugar, citado por 76% dos pesquisados, seguido pela administração dos talentos (71,9%) e a criação de uma cultura de alta performance (71,9%).

Em um mercado cada vez mais sem fronteiras, ter mobilidade global é uma questão de sobrevivência. Não é mais possível contar apenas com a força de trabalho local. A dificuldade para acessar os trabalhadores globais aparece na pesquisa como um dos maiores desafios a serem enfrentados pelos gestores de pessoas. Cabe ao RH buscar os melhores profissionais em qualquer lugar, pois não existem mais limites geográficos na disputa por talentos.

Como a gestão de pessoas, segundo a pesquisa, parece estar na lista de prioridades das companhias globais, a tensão entre o que a companhia precisa e o que o RH entrega é crescente. Quase 60% dos executivos pesquisados responderam que consideram o trabalho do RH em suas companhias "moderadamente efetivo". Só 25% acreditam que a área tem um papel crucial na elaboração da estratégia e do sucesso operacional de suas empresas. 

Na prática, o RH vive à margem de muitas decisões importantes nas companhias. Por exemplo, 60% dos entrevistados dizem que suas empresas raramente consultam a área antes ou depois de fazer uma fusão ou aquisição. Também 40% afirmam que ela é raramente consultada na contratação de serviços terceirizados. O RH acaba sendo acionado apenas para resolver as implicações administrativas e burocráticas desses movimentos. 

Um termômetro de que o RH ainda não conquistou seu lugar no topo das decisões no mundo corporativo é que mais da metade das organizações pesquisadas ainda não possui um CHRO (Chief Human Resources Officer) ou um executivo que responda pela área e que se reporte diretamente ao CEO. A boa notícia é que dois terços dos entrevistados esperam ter alguém com essa responsabilidade nos próximos três ou cinco anos.
Stela Campos -Valor Econômico - 30/05/2007 




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