Há uns 15 anos atrás, a área de Recursos Humanos não estava preocupada e
nem empenhada em mudar de nome para fortalecer e/ou melhorar sua imagem perante
o público interno e/ou para a área de Marketing vender a empresa como uma
empresa preocupada em cuidar de sua gente.
Quem cuida de gente é o
governo!
Há que se falar que no cenário europeu predomina a expressão recursos
humanos e os europeus não ficam horas e horas sobre a mesa a discutir o
politicamente correto.
Na área pública, o Governo Federal já decidiu essa questão e determinou
a nomenclatura a ser utilizada em toda sua esfera: Gestão de Pessoas. É a única
expressão coerente para uma mudança.
Tempos atrás havia uma diversidade cultural e técnica muito grande no
universo de recursos humanos. A área continha em seus espaços mais tradicionais
e não terceirizados, psicólogos, administradores, contadores, pedagogos,
assistentes sociais e engenheiros (segurança do trabalho).
Era o pessoal de cargos e salários debatendo com a área de serviço social sobre a valoração dos cargos, eram os psicólogos de recrutamento e seleção trocando ideias na montagem de dinâmicas de grupo e outros processos seletivos, era o engenheiro de segurança do trabalho discutindo com o médico do trabalho, eram as pedagogas da área de treinamento e desenvolvimento buscando apoio para um seminário interno. Era a turma toda envolvida na organização da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho e das festas de final de ano!
Na contratação de algum serviço de consultoria, seja de remuneração ou desenvolvimento gerencial por exemplo, o profissional da área envolvida debatia com os consultores sobre exatamente o que era desejado como produto final e resultados esperados.
Essa diversidade propiciava boas e acaloradas discussões e troca de
ideias em prol da busca contínua de melhorias. Portanto, não havia uma única
língua na área de RH.
Hoje a predominância, tanto na gestão quanto em seus espaços, são
profissionais psicólogos. Não venha concluir que tenho algo
contra os psicólogos! Pelo contrário!
Ao longo da minha vida profissional, iniciada em Cargos e Salários,
aprendi muito com meus pares psicólogos. A ocupação quase que total dos espaços
poderia ser com qualquer outra formação acadêmica. O que quero comentar é que a
predominância de linguagem não alavanca bons debates, pois a solução de
problemas ou a criação de coisas novas, necessariamente vem da mesma formação acadêmica.
A predadora e excessiva terceirização pulverizou tanto a área de RH que desde modelos de cartas de comunicação de aumento salarial até projetos de remuneração variável são solicitados rotineiramente nas redes sociais!
De novo nada contra, mas hoje, quando você se apresenta como sendo da área de RH, a pessoa logo pergunta se você é psicólogo!
A área de RH permite uma infindável busca de coisas novas, experimentos
e inovações. Tirando o cumprimento da parte legal, todo processo de criação é
permitido desde que você formule, valide e sustente tecnicamente suas ideias.
Hoje, na maioria das vezes, sair do lugar comum significa apenas mudar o
nome...
"Como podem as rãs discutirem sobre o mar se nunca saíram do brejo?
Como poderei falar do céu com o pássaro do verão se está retido em sua estação?
Como poderei falar com o sábio sobre a vida se é prisioneiro de sua
doutrina?" - Chuang Tsé - IV AC
Carlos Alberto de Campos Salles
Consultor de Recursos Humanos
Independente
Remuneração - Gestão de Desempenho - Competências
(11) 99323 - 7923
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