Ou seja, nada “fora da caixinha”, expressão esta, muito em voga na área de RH, pensar fora da caixinha!
Todos sabem que a primeira triagem cai sempre em cima da
idade do candidato. Vamos nos ater a uma vaga de nível
superior carregada de exigências tais como MBA´s, idiomas e, principalmente,
curso superior em “escolas de 1ª linha”. Não importando a estória de vida
profissional, conhecimentos adquiridos no “campo de batalha” e outras situações
semelhantes. O que importa é o carregamento de MBA´s apresentados e a dita
escola de 1ª linha.
As universidades fora desse padrão possuem uma gama enorme
de alunos que batalham durante o dia e sentam em seus bancos à noite. Como
diria o Gonzaguinha “Eu acredito na rapaziada”! Tudo bem que existam
vestidinhos cor de rosa nessas universidades. Mas tem muita gente boa e
vestidinhos cor de rosa podem existir em qualquer lugar.
Henry Mintzberg, professor da Macgill University, do Canadá,
em seu livro “MBA? Não, Obrigado”, é um dos principais críticos dos modelos
adotados por esses cursos, principalmente nos EUA. Para ele, o grande equívoco
desses programas está em tentar ensinar técnicas gerenciais para profissionais
que nunca comandaram uma equipe na vida. Um movimento semelhante ao que ocorre
nos EUA, onde os cursos de MBA são oferecidos a jovens em início de carreira,
que têm entre 27 e 30 anos, recém-saídos da graduação. "É o mesmo que
tentar ensinar Psicologia para alguém que nunca viu um ser humano", diz
Mintzberg em seu livro. "O ensino gerencial exige uma abordagem que
estimule os administradores a aprenderem com sua própria experiência. Em outras
palavras, precisamos incorporar a habilidade nascida da experiência e a arte de
gerir à educação gerencial. Daí levá-las de volta à prática
administrativa", diz um trecho do seu livro.
Quando me formei em Administração, anos e anos atrás, logo
na sequencia fiz um curso de pós graduação em um escola de 1ª linha. Foram
perto de 400 horas aula, o que hoje equivale a um “super” MBA. Confesso que não
mais que um ou dois anos depois, se fosse depender só do conhecimento obtido na
pós graduação, em poucos meses estaria desatualizado. Isso anos e anos atrás. Várias idas a livrarias e
contínuos cursos e congressos de curta duração me mantiveram atualizado até os
dias de hoje. Quando preencho um currículo ou formação acadêmica obtida, sempre
cito o meu curso de pós graduação. Mas o que realmente vale é a estória “empresarial
vivida” como diz o Professor Cleber Aquino.
Em matéria recente, li que mais da metade dos CEO´s
americanos não possuem MBA. Recente matéria da revista Exame cita que os
melhores professores de negócios do mundo não estão alojados nos programas de
MBA de universidades como Harvard, Stanford e MIT. Pelo menos é o que mostra
ranking divulgado pela Bloomberg. Businessweek. Feito com base na avaliação de
alunos dos programas de MBA, o ranking levou em conta itens como conhecimento
dos professores, disponibilidade após as aulas e, claro, aulas capazes de
arrematar o mais entediado dos alunos. Entre as cinco escolas com os professores
que receberam as melhores notas, nenhuma é figura comum nas 10 primeiras
posições dos principais rankings de MBAs. Já entre as instituições cujos
docentes receberam as piores notas, pelo menos duas aparecem entre as melhores
do ranking de MBAs internacionais da Businessweek. As ditas “1ª Linha”. Lembram-se do vestidinho cor de rosa?
Com certeza, as Consultorias de Executivos, além da formação
e cursos frequentados, dão uma importância equivalente ou até maior às
realizações do candidato como profissional.Você que vai fazer um MBA, como eu fiz o “meu”, anos e anos
atrás, acredite, logo estará desatualizado. Ou você faz mais um e mais um ou frequente
livrarias, cursos rápidos, congressos e muita, muita pesquisa.
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