A gestão salarial que se expressa por um lado na “estrutura
salarial” e, por outro lado, nos “conceitos de retribuição dos funcionários”, é
um indicador muito preciso sobre a saúde das políticas de gestão de recursos
humanos das empresas.
Estruturas salariais enfermas costumam
apresentar algumas das seguintes características
- São irregulares: não mostram um crescimento
regular dos salários à medida que aumenta a responsabilidade atingida e a
qualificação do pessoal.
- São achatadas: os salários entre os menores e
maiores níveis de responsabilidade são relativamente próximos e não existem incentivos
significativos para o progresso na carreira e para a assunção de
responsabilidades maiores. Esta característica além de causar desequilíbrio é
também desmotivadora.
- Incoerência com o mercado de trabalho: os
salários são significativamente maiores ou menores que o mercado de trabalho.
Estruturas salariais maiores que as praticadas no mercado
possibilitam às empresas a plena capacidade de captação e de retenção dos
recursos humanos que necessitam. Nessa situação, a prática de gestão de
competências é facilitada. Assegura a contratação e a retenção de funcionários
tidos como “alto potencial de êxito” e define um sistema salarial motivador
para que alcancem os objetivos determinados.
No caso contrário, estimula-se a prática de regras sem
muito fundamento técnico, pouca sustentabilidade e, por vezes, pessoal (usos e
costumes). Nessa situação, a exigência de produtividade é pouco presente, os
requisitos para ingresso não serão tão rigorosos, pode haver mais contratação
do que o necessário e/ou em níveis mais altos do que os adequadas para os
perfis profissionais e as técnicas salariais tendem a ser manipuladas.
Nas empresas notadamente eficientes, sejam elas públicas ou
privadas, não se praticam estruturas salariais desequilibradas, desmotivadoras
e/ou pessoais. Esse fato é perfeitamente compreensível, porque parece difícil
esperar que a eficiência floresça no meio dessas situações.
Estruturas salariais sadias são
equilibradas, crescentes segundo o perfil do pessoal e da complexidade dos
cargos, coerentes com o mercado de trabalho, motivadoras para o desenvolvimento
pessoal e profissional e permitem a aplicação de diferentes políticas de
administração de recursos humanos.
Três aspectos básicos costumam guiar essas empresas. As
especificidades de seus cargos, as características das pessoas e o desempenho
das pessoas. O primeiro aspecto refere-se ao que se deve fazer, o segundo
refere-se a quem o faz e o terceiro aspecto, como o faz.
Essas condições de saúde salarial costumam ser exceção à
regra na maioria das instituições da área pública. Na administração pública, as
práticas salariais costumam ser resultado de uma longa estória de negociações
complexas entre atores políticos, associações de servidores e os sindicatos.
Geralmente, uma estrutura salarial analisada, permite imaginar as linhas
redesenhadas desde o desenho original. É comum na área púbica que os salários
pagos aos níveis hierárquicos mais baixos, sejam mais generosos que os salários
pagos no mercado de trabalho privado. Não costuma acontecer o mesmo com os
salários dos servidores mais qualificados e com os gestores públicos. Via de
regra seus salários costumam ser bem mais baixos que seus colegas do mercado de
trabalho privado.
O momento atual propicia uma releitura saudável na
estruturação dos processos de gestão de remuneração praticados
Extremos de
preciosismo e tecnicismo podem e devem ser repensados. As práticas vigentes sugerem a
exploração de inúmeras vertentes de pesquisa, formulação, validação e
sustentação de novas ideias. Os processos de remuneração variável são
extremamente propícios para a geração de novos produtos. Aproveite e faça
uma releitura nos modelos Carreira em Y e Curva de Maturidade. Readapte-os!
Pense, formule, desenvolva e pratique novos conceitos e metodologias que sejam
tecnicamente e legalmente sustentáveis. Customize!
Carlos Alberto de Campos Salles
Consultor de Recursos Humanos
Aposentado e sempre Independente
Aposentado e sempre Independente
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