Acontece que o "novo RH" nunca sai de
moda porque nunca existiu de fato. Não sei se por resistência, comodismo
ou preguiça de pensar no novo. Mesmo que de novo. A Sra.
Vicky descreve com muita clareza e objetividade o que
deve ser feito doravante, não importando há quanto tempo deveria ter acontecido
o "novo RH".
As áreas de recursos humanos no Brasil precisam passar por
uma grande transformação urgentemente. E, ao que tudo indica, bons movimentos
podem começar a acontecer a partir de 2013.
Neste início de ano, participei de dois importantes fóruns
com profissionais desse segmento e foi unânime a constatação de que os atuais modelos
estão esgotados e ultrapassados.
As mudanças que estão ocorrendo na sociedade precisam ser
inseridas dentro do contexto das empresas pelos profissionais de RH, que podem
e devem ser, por dever de ofício, os tradutores destas transformações para as
discussões estratégicas.
A verdade é que os sistemas de gestão de pessoas são os
mesmos há décadas. Os treinamentos, avaliações e pesquisas de clima são feitos
da mesma forma há décadas. Ainda são pesquisados os fenômenos do passado, como
a relação chefe x subordinado, sem levar em conta o novo cenário em que
vivemos.
Eu acredito que estamos prestes a ter problemas de
relacionamento entre as pessoas e as organizações no nível que tivemos com os
sindicatos nos anos 70 - só que, desta vez, o interlocutor já não é mais apenas
o sindicato. Surgiram novos atores dentro da chamada rede de stakeholders
influenciando o universo corporativo, como as lideranças locais mobilizadas por
fenômenos como as redes sociais e a internet. Os estragos podem ser infinitamente
maiores.
O radar dos profissionais de recursos humanos, que na maior
parte das vezes ficou restrito ao ambiente interno, precisa captar o que está
acontecendo no macro ambiente social. Há diversos fatores que não estão sendo
observados. Qual será o impacto da classe C e D que ascendeu na esfera de
consumo, dentro do modelo de gerir pessoas nas organizações? Qual é a relação
entre a violência externa que vivemos nas grandes cidades e a violência dentro
do ambiente de trabalho refletida em questões como assédio moral, maus tratos
entre chefes e subordinados ou más relações entre pares?
Outro fator importante: nos próximos 20 anos haverá uma
transformação no mercado de trabalho no Brasil com o envelhecimento da
população e entrada de menos jovens no mercado e, consequentemente, em posições
de liderança. Teremos um número grande de pessoas na faixa dos 60 a 80 dentro
das empresas em plena atividade.
*Vicky Bloch é professora da FGV,
do MBA de recursos humanos da FIA e fundadora da Vicky Bloch Associados
Leia o artigo na integra
http://www.valor.com.br/carreira/2988316/uma-nova-era-desponta-para-os-recursos-humanos?goback=%2Egde_3822206_member_209587053#ixzz2JTbsoK26
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