Outro artigo dedicado a todos os
profissionais militantes na área de Recursos Humanos e aos estudantes e
aspirantes à área!
O primeiro interessado em Administração de Cargos e
Salários foi Santo Tomás de Aquino, filósofo italiano, ao lançar a doutrina do
salário justo. Sua doutrina destacava considerações de ordem moral e a
influência dos costumes na definição de um salário tido como justo. Não havia
muita preocupação com a palavra cargo e suas variantes. A teoria do nível de
subsistência, que propunha que os salários fossem determinados pelo consumo
necessário para que a classe trabalhadora pudesse subsistir, foi o primeiro ensaio
da era moderna. Seus princípios foram redesenhados por Adam Smith e David
Ricardo, economistas ingleses.
Para polemizar o assunto, surgiu Karl Marx com a teoria da
“mais valia”, nome dado à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o
salário pago, para criticar a exploração do trabalhador pelo sistema
capitalista.
Com o enfraquecimento da teoria do salário de subsistência
surgiu a teoria da demanda de trabalho, quantidade de dinheiro que os
empresários estão dispostos a pagar para contratar trabalhadores, como
principal determinante dos níveis salariais.
Frederick Winslow Taylor, engenheiro mecânico
estadunidense, em 1912 enfatizava que para melhor rendimento, o funcionário
precisava de um incentivo pecuniário, cujo resultado refletirá em menores
custos e em aumentos de níveis de produtividade.
Produziu mais (sem retrabalho),
ganhou mais!
Dada a necessidade de substituir os métodos empíricos até
então utilizados, surgiu a técnica de avaliar cargos, baseada no simples
princípio de “a remuneração dada a qualquer cargo deve ser diretamente
proporcional ao esforço despendido e ao trabalho feito”.
Na prática, isso resultou na determinação do valor de um
cargo através de quatro fatores: capacidade, esforço, responsabilidade e
condições de trabalho.
Um dos primeiros estudos sobre como o conteúdo de um cargo
pode determinar sua classificação e avaliação, foi desenvolvido em 1909 por
Griffenhagen, para os serviços municipais de Chicago. Em 1920, uma companhia
municipal de Baltimore, desenvolveu um método para avaliar e classificar seus
cargos que foi chamado de Método de Escalonamento.
A avaliação de cargos, como base determinante para o
estabelecimento de uma estrutura congruente de salários, começou a receber
estudos mais elaborados e maior atenção nesse período.
Em 1922 surgiu o Método de Graus Pré Determinados, desenvolvido
pelo Instituto de Tecnologia de Carnegie. Em1925, após dois anos de estudos,
Merrill Lott publica um artigo descrevendo uma metodologia de avaliação de
cargos que denominou Método de Pontos.
Em 1926, Benge, Burk e Hay, tentando aplicar o Método de
Pontos na Philadelphia Rapid Transit Company, não o conseguindo, decidiram
então desenvolver um outro processo, que tomou o nome de Método de Comparação
por Fatores. O Hay citado no trio anterior chamava-se Edward N. Hay que, em
1943, baseado nas experiências vividas, fundou o Hay Group e criou o modelo de
avaliação de cargos fechado mais praticado desde então, o Hay Systems.
Nos modelos fechados, desenvolvidos e registrados por
consultorias, as empresas clientes não têm ingerência na metodologia e apenas
comandam os programas implantados segundo os procedimentos determinados!
No Brasil, as primeiras técnicas em administração de cargos
e salários, começaram a ser aplicadas nas empresas públicas lá pelos anos 40,
inspiradas em modelos americanos.
Nos anos 60 e início dos 70, com a chegada das empresas
multinacionais, a administração de cargos e salários tornou-se mais conhecida e
utilizada no país. Data de 1960, um dos primeiros projetos em que encontramos
registros de sistemas de avaliação de cargos, quando a empresa canadense LIGHT
S/A, aplicou a metodologia de pontos em seus cargos.
A despeito da fragilidade em algumas das suposições em que
se baseia a avaliação de cargos, principalmente quando mal formuladas e
tecnicamente mal conduzidas, esta sobrevive 85 anos depois.
Em 1926 já eram conhecidos os quatro métodos abertos que até os dias atuais são
praticados.
O mais praticado deles, o método de pontos, permite que
você exercite e crie uma série de variáveis conceituais e estatísticas de forma
sustentável e possibilita um nível variado de sofisticação técnica. Outras
metodologias, como curva de maturidade e carreira em Y, também permitem boa
dose de variações e ensaios críticos.
O conceito de remuneração estratégica é o que há de bom
para a formulação, desenvolvimento, validação e implantação de novos modelos,
pois não existem fórmulas e prerrogativas fechadas, podendo ser aplicado da
forma mais adequada ao planejamento estratégico de cada empresa e à
criatividade dos profissionais envolvidos.
Consultor de Recursos Humanos
Aposentado e sempre Independente
Aposentado e sempre Independente
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem, da discussão nasce a sabedoria!