Converse o prezado leitor com um executivo de uma
empresa local, de qualquer porte, e dele ouvirá histórias de horror. Todas elas
parecem viver em constante estado de confusão. Jornadas intermináveis de
trabalho, telefones celulares que não param de cuspir emergências, e-mails que
não cessam de disparar urgências, chefes atordoados e liderados em pânico: a
lista é longa e tenebrosa. Todos parecem viver à beira de um ataque de nervos.
O que provoca tal estado das coisas? O suspeito
usual é velho conhecido. Nove entre dez executivos perguntados a respeito
provavelmente culparão a globalização, a volatilidade econômica e a
instabilidade dos mercados. Há alguma verdade nessa resposta. De fato, quanto
mais conectado for um sistema, mais sensível um componente será em relação à
ação de outro componente. Uma borboleta batendo as asas na Amazônia pode
provocar um tufão no Texas.
No entanto, mesmo que se aceite a vilania da mão
invisível do mercado, há de se considerar que parte considerável do caos vem
das próprias empresas. Cinco fatores, isoladamente ou combinados, contribuem
para o caos nosso de cada dia.
O primeiro fator é a confusão estratégica. Se
estratégia significa aonde ir e como chegar lá, então, provavelmente, o
conceito está ausente da maioria das organizações. Muitas empresas multiplicam
iniciativas, projetos e ações, perdendo tempo e recursos em atividades que não
as levará a lugar algum. Tempo, recursos e energia jogados fora.
O segundo fator é a confusão estrutural. Um modelo
de organização bem pensado provê foco ao trabalho, indica o que cada um deve
fazer e os limites de sua ação. Os melhores modelos equilibram clareza e
flexibilidade, permitem extrair o melhor de cada profissional, ao mesmo tempo
que garante espaço à criatividade. Muitas empresas ignoram as boas práticas e
trabalham com estruturas mal desenhadas, provocam alocação inadequada de
recursos e geram conflitos. Com isso, gasta-se mais tempo definindo o que deve ser
feito e quem deve fazer, do que realizando.
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