Margarita de Sánchez, professora do mestrado em criatividade aplicada da Universidade de Santiago de Compostela, em sua tese sobre pensamento lógico-criativo, afirma que o desenvolvimento da criatividade e da inventiva se vê muitas vezes afetado pela presença de barreiras ou bloqueios mentais que impedem a geração livre de idéias e o uso adequado das informações disponíveis. A limitação da percepção faz com que a visão da realidade seja parcial.
A tese foi defendida em 1996 porém, os conceitos dos limitadores
identificados por Margarita, são duradouros!
1. POLARIZAÇÃO. Adoção de posições extremas, causada geralmente por falhas na percepção. A pessoa:
• considera somente uma parte da informação que recebe;
• sustenta seus conceitos com argumentos que mostram uma visão incompleta da realidade.
2. RIGIDEZ. Inflexibilidade para mudar enfoques e pontos de vista. A pessoa:
• tende a utilizar padrões em cadeia e pensamento linear;
• tem dificuldades para incorporar novas informações e enriquecer seus pontos de vista com os de outras pessoas e não aceita argumentos diferentes dos seus.
3. EGOCENTRISMO. Visão de túnel, centrada em si mesma.A pessoa:
• enxerga os fatos pensando na forma como a afeta;
• não consegue analisar situações de maneira imparcial.
4. PARCIALISMO. Percepção somente de uma parte da situação, geralmente por insuficiência de percepção. A pessoa:
• analisa somente partes de uma situação;
• não tenta obter uma visão geral dos fatos.
5. VISÃO OTIMIZADA DA REALIDADE. Observação de elementos soltos, sem integrá-los dentro de uma totalidade, nem relacioná-los entre si. A pessoa:
• percebe e observa elementos soltos;
• forma juízos, argumentos, descrições etc, sem significação pertinente ao contexto.
6. OPINIÕES SEM RESPALDO. Emissão de conclusões apressadas, sem obter as informações necessárias. A pessoa:
• opina sem ter a informação completa;
• argumenta sem bases conceituais e sem justificativas apropriadas;
• não usa o pensamento para explorar possibilidades;
• emite opiniões geralmente baseadas em preconceitos, crenças pessoais, emoções, idéias fixas, etc.
7. FIXAÇÃO EM DETERMINADO TEMPO. Observação somente de certos períodos de tempo. A pessoa:
• vive do passado;
• pensa só no tempo presente ou no futuro;
• só observa curtos períodos de tempo;
• tem dificuldades em perceber a relação entre passado, presente e futuro.
8. DISTORÇÕES DE VALORES. Dificuldades para perceber e lidar com variáveis de contextos. A pessoa:
• exagera os dados ao descrever fatos e situações;
• formula generalizações apressadas, sem bases reais e objetivas;
• gera argumentos aparentemente lógicos para sustentar ou defender seus pontos de vista.
9. PENSAMENTOS CONTRÁRIOS. Adoção de posições contrárias que dificultam a comunicação eficaz e a busca de consenso. A pessoa:
• enfatiza suas posições em detrimento de uma exploração mútua dos fatos;
• empenha-se em demonstrar seus pontos de vista sem perceber posições comuns que facilitam o intercâmbio produtivo de idéias.
10. ARROGÂNCIA E PRESUNÇÃO. Postura de superioridade e auto-suficiência. A pessoa:
• assume posturas falsas e imaginárias que crê serem verdadeiras;
• possui crenças e preconceitos que distorcem a realidade;
• muitas vezes atua de forma polarizada sem respeitar os argumentos das outras partes
11. SOBERBA. Superestima pessoal e desqualificação da capacidade dos outros. A pessoa:
• assume condutas explosivas, geralmente ofensivas aos seus semelhantes;
• vê os erros dos outros e não percebe os seus;
• estabelece diferenças hierárquicas para destacar sua superioridade.
12. INSEGURANÇA. Estado de desequilíbrio pessoal caracterizado por falta de confiança em si mesmo para responder as exigências e contingências do meio no qual se desenvolve. A pessoa:
• acredita que não é capaz de enfrentar e resolver os problemas;
• sente medo do novo;
• mostra-se ansiosa com o desconhecido;
• imagina resultados negativos ocasionados por desempenhos inadequados;
• busca apoio constantemente em outras pessoas – dependência.
13. BAIXO AUTOCONCEITO. Sentimento de menos valia. A pessoa:
• pensa que não é capaz;
• tende a exagerar suas limitações;
• se sente inferior;
• se auto-sugestiona e de fato se impõe limites.
14. IMPLICAÇÕES DO EGO. Necessidade de acertar sempre. A pessoa:
• usa seus pensamentos para apoiar seu ego e para manter-se sempre no correto;
• tem dificuldades para aceitar idéias úteis e positivas;
• tem dificuldades para admitir erros;
• filtra as informações que recebe, de acordo com seus interesses.
15. FINGIMENTO. Adoção de posições falsas ante os demais, as quais não correspondem à realidade. A pessoa:
• demonstra o que não sente;
• adota posturas incoerentes.