Em 2007, seis trabalhadores da linha de produção do grupo
automobilístico francês PSA (Peugeot-Citroen) se suicidaram. O último caso foi
o de um trabalhador de cinqüenta e cinco anos, pai de dois filhos e que estava
na empresa há vinte e nove anos. Entre os seis um era um engenheiro de
computação de apenas 39 anos.
Bruno Lemerle, do sindicato francês de direita CGT, ao se
referir ao caso disse "Hoje domina o individualismo obstinado. Cada
funcionário está em competição com o outro. Constantemente com os dirigentes
respirando em seu pescoço, os quais estão, por sua vez, também sob pressão. Nas
empresas desapareceu qualquer forma de humanidade e não existe nenhum espírito
de família nem de amizade". Segundo os sindicatos dos trabalhadores da
PSA, há alguns anos domina na empresa um "clima de incerteza", ligado
às ameaças de deslocamento e à reestruturação organizacional, além da
"concorrência entre os jovens engenheiros e os velhos técnicos".
Nessa mesma época foi noticiado o vigésimo quarto suicídio, em
dezoito meses, na France Telecom, empresa de telefonia de economia mista, com
cem mil trabalhadores em toda a França.
Em 2011 o Tribunal de Apelação de Versailles determinou em segunda instância que a PSA
pague uma indenização à família do engenheiro citado. Outros casos estão sendo
julgados e possivelmente seguirão o mesmo caminho.
A capacidade de permanecer funcionalmente ativo em uma
sociedade cada vez mais competitiva exige um ser humano lúcido e emocionalmente
estruturado. Atento, cada vez mais, às areias movediças que costumam aparecer
no mundo corporativo.
Vivemos o marasmo de conviver sob a mediocridade do
individualismo e da concorrência predatória. Muitas empresas, na definição de
seus valores, apregoam a competência “Saber trabalhar em Equipe”. Um dos itens
de avaliação em entrevistas de seleção e de programas de gestão e avaliação de
desempenho é, invariavelmente, “Trabalho em Equipe”.
Porém, essas mesmas empresas, costumam semear a competição
e
expor seus funcionários ao próprio limite
Quando surgiu, reengenharia
significava jogar fora os sistemas antigos, começar tudo de novo e inventar uma
maneira melhor de fazer o trabalho. O novo perfil de gestão deveria monitorar
não apenas o que os gerentes sabem e fazem, mas também, como pensam. Não só a
forma como vêem o mundo, mas também, a forma como vivem no mundo.
Diante da explícita necessidade do ser humano “empregado” se
fazer presente de forma natural e não caricata, diante de candidatos a emprego
cada vez mais marqueteiros, diante da chatice do mundo corporativo cada vez
mais depressivo e opressor, diante da expressão “se você não fizer alguém faz”
ou “se não está satisfeito a porta é a serventia da casa”, está mais que na hora da área
de Gestão de Pessoas quebrar tudo,
construir novos cenários e iniciar uma proposta de revisão de conceitos e
preconceitos no mundo corporativo, pois alguma coisa está errada.
Sem extremos de preciosismo e tecnicismo desnecessários. Agora com conhecimento de causa e efeito!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem, da discussão nasce a sabedoria!