quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Brincadeira de RH ou RH de brincadeira!

 

Algum tempo atrás li em uma revista semanal de entretenimento um artigo com o seguinte título: “Brincadeira de RH”. Como o título chamou-me a atenção fui lá bisbilhotar.

 


O grande perigo para a credibilidade da área é a ânsia pelo novo e pelos modismos de gestão. 

Além de resultados cada vez mais imediatos, as instituições não perdem tempo na hora de adotar, muitas vezes sem uma avaliação criteriosa, o que acreditam serem soluções promissoras. 

Não é de hoje que o mundo corporativo é invadido por todo tipo de técnicas de recursos humanos em evidência. Um grupo de funcionários gritando aos quatro cantos expressões de motivação guerreira como “RÁ”, vendedores sendo treinados para se comportarem como pitbulls em busca de clientes, gurus e seus infalíveis manuais de autoajuda (garantimos resultados em apenas um mês) e palestras motivacionais com vencedores das mais variadas competições e esportistas de sucesso.

 


Programas de treinamento e desenvolvimento ao ar livre já teve seus anos dourados.  Só para lembrar a “novidade”, um dos primeiros programas vivenciais ao ar livre que se tem notícia foi desenvolvido na segunda guerra mundial pela marinha britânica. Tinha como objetivo simular desafios para o desenvolvimento da autoestima e confiança dos fuzileiros navais britânicos. 

Nada como um final de semana em um hotel fazenda dando as mãos uns aos outros, subindo em árvores, atirando-se na lama, participando de rafting e ouvindo palestras sobre a importância do trabalho em equipe e a superação de desafios. Os gestores devem adorar! O fato é que não raro profissionais de RH de instituições contratantes muitas vezes não sabem como acompanhar e mensurar o efeito desses treinamentos. Nem a consultoria contratada ajuda muito nisso.

Coaching também virou muito popular.  A preocupação é que podem aparecer pessoas sem muita qualificação técnica e profissional que podem empobrecer um processo que deve ser utilizado apenas por um profissional realmente habilitado com ferramentas e metodologias testadas e aprovadas.

Voltando à Brincadeira de RH, a novidade consiste em colocar um grupo de funcionários em uma sala fechada para vasculharem pistas para serem “libertados”. Em inglês chama-se “Escape Games”. Tudo isso em sessenta minutos. 

Segundo o propósito do programa, é ver como os profissionais se comportam na cena de competição e pressão por resultado. Do lado de fora instrutores e psicólogos acompanham o desafio por meio de monitores. Algumas consultorias oferecem após o final da competição e de imediato, orientação psicológica individual aos participantes a um custo opcional.

Pergunto: o funcionário está fora de seu ambiente de trabalho e de seu espaço de rotinas e iniciativas e sabe que está competindo e sendo avaliado (por isso pode ter um desempenho não habitual). Como pode um psicólogo após uma hora de competição orientar corretamente e diagnosticar um comportamento com fundamentos consistentes. O psicólogo, não por sua culpa, não conhece a empresa, não conhece seus valores e sua missão, não conhece o dia a dia na empresa e, muito menos, conhece a relação chefia/subordinado.

Atividades com equipes ou indivíduos colocados em competição ou para enfrentar desafios, muitas vezes geram situações constrangedoras e chatas.

É bom ressaltar que existem técnicas e/ou profissionais consistentes e de muito bom conteúdo que realmente trazem resultados eficientes tanto no aprimoramento dos funcionários quanto no desempenho das instituições.

 O mais importante em qualquer programa de treinamento e desenvolvimento é o pós treinamento e desenvolvimento. O pessoal de RH deve ficar ocupado em encaminhar ao grupo gestor, relatórios que contenham informações referentes às mudanças proporcionadas pelas atividades de treinamento e desenvolvimento realizadas! Avaliar o que deu certo, o que não deu certo, por que deu certo e por que não deu certo.

 

 

 

terça-feira, 25 de julho de 2023

Revisitando: 21 ideias matadoras para exercitar Gestão de RH e não ficar parado em 2015!

 


                                                        Qual delas você emplacou!! 

21 ideias matadoras para exercitar Gestão de RH e não ficar parado em 2015!

 

No mundão de gestão de recursos humanos não há limites, só possibilidades. Explore cada nova possibilidade. Pesquise, crie, experimente, fundamente, valide, ouse!

 

Relacione todas as competências determinadas como requisitos de ingresso de todos os cargos de sua empresa. As técnicas, as funcionais e as atitudinais. Depois, analise-as cuidadosamente, perceba exageros e redescreva cada uma delas e em que situações podem ser exigidas e como podem ser avaliadas. Faça a mesma coisa com as competências de desenvolvimento. Formule e desenvolva um mapa para levantamento dos conhecimentos e das habilidades disponíveis (banco de conhecimentos atuais)

 

Desmonte todos os processos de um cargo e avalie o grau de envolvimento e autonomia de cada funcionário em cada processo. Isso facilitará os enquadramentos nas graduações dos cargos e na elaboração de programas de treinamento e certificação das competências disponíveis (atualização) e das desejáveis (formação).

 

Avalie em seus projetos os extremos de preciosismo e tecnicismo. São necessários? Seja mais prático!

 

Crie e valide uma planilha para mapeamento e ponderação das competências em cada cargo. Utilize as técnicas aprendidas em sistemas de avaliação de cargos como modelo.

 

Crie uma metodologia para monitoramento dos cargos de gestão. Utilize a planilha de mapeamento de competências que você acabou de criar como referência.


Reavalie sua metodologia de classificação e avaliação para cargos operacionais, serviços, administração, vendas e nível superior. Se for o caso, desenvolva sua própria metodologia baseado nos sistemas usualmente adotados.

 

Releia os princípios dos modelos de Curva de Maturidade e Carreira em Y.


Faça uma releitura na descrição dos conceitos de graduação. As especificidades de graduações I, II, III ou Junior, Pleno e Sênior, por exemplo, estão claras e bem definidas? Os textos estão coerentes? A diferença entre as graduações baseia-se somente na experiência? (isso pode criar problemas trabalhistas).

 

Faça uma releitura nos processos de avaliação de desempenho. Estão bons? Todo mundo entende? São práticos e objetivos? Atendem ao planejamento estratégico? Os critérios de ponderação são válidos?

 

Faça uma oficina de trabalho com todos os “avaliadores de desempenho” para outra releitura.

 

Os sistemas de remuneração variável são adequados? Podem ser melhorados?

 

Podem ser estendidos para alguma outra área? Os funcionários entendem e aceitam a composição matemática e os indicadores utilizados?

 

Faça a mesma coisa com seu sistema de PLR!

 

A arquitetura de remuneração fixa está de bom tamanho? As curvas salariais são pertinentes com o mercado? As tabelas salariais estão legitimadas?

 

Se você utiliza degraus nas classes salariais, pense senão seria melhor trabalhar com uma classe larga, somente com os valores inicial e final.

 

Desenvolva um criterioso método de acompanhamento e avaliação dos programas de capacitação. Converse com as áreas sobre qual a melhor maneira do RH ajudar e atuar nessa questão. Analise, valide, corrija e verifique o que deu certo e o que não deu certo.

 

Após cada evento reflita: O que é possível colocar em movimento, em prática, em operação já, de imediato? Como posso atuar nesse processo (facilitação e operacionalização)? Qual o tempo ideal para uma avaliação concreta dos resultados obtidos (técnicos e comportamentais)?

 

Não fique preocupado em elaborar relatórios e mapas de guerra, recheados com informações quantitativas (número de horas treinadas, número de treinandos, despesas com consultorias e instrutores, hotéis, transportes,...), que não possibilitam aferir resultado algum.

 

Fique ocupado em encaminhar ao grupo gestor, relatórios que contenham informações referentes às mudanças proporcionadas pelas atividades de treinamento e desenvolvimento realizadas.

 

Avalie, acompanhe, mensure e converse com os Gestores sobre os resultados obtidos em programas de capacitação gerencial e de liderança.

 

Será que aquele gerente, o japonesinho simpático, que em uma manhã de segunda feira chuvosa foi convidado a fazer trilha, subir em árvore, cair na lama e outras aventuras, realmente ficou feliz com o aprendizado? Tornou-se um líder melhor? Pense bem nisso!

 

Avalie a comunicação interna da área de RH. Revise todos os modelos de cartas enviadas aos funcionários. Aplique uma linguagem mais solta e mais leve.

 

 


quarta-feira, 31 de maio de 2023

Guarde seu cartão de visitas da ex empresa como lembrança e saia em busca de uma nova estória para sua vida!

 


...releitura...

Você acaba de entrar no pacote de demissões acertado com o Sindicato, pois sua empresa está passando por uma crise. Depois da comoção, os que ficaram abraçam, lamentam e desejam-lhe boa sorte. Depois de dez anos você trocou seu cartão de visitas por mais seis meses de assistência médica.

Depois de algumas semanas a vida segue na empresa. Já pararam de falar nas demissões, de você e de outros colegas de trabalho.  Dois ou três colegas de trabalho ficaram seus amigos nesses dez anos.

Na procura do novo emprego, os que saíram junto com você, de vez em quando marcam um café da manhã em uma padaria para troca de ideias e lembrar com saudades da ex empresa. Pode parar meu amigo! Aí que mora o perigo!

 Pare e reflita!

Empresas são entidades jurídicas que não devem ser exaltadas, mas sim, respeitadas como empregador. Ela cumpre seu papel e você cumpre o seu. Só isso interessa a ambas as partes.

Quando estava empregado e tudo correndo bem, você costumava sair por aí exaltando “sua” poderosa empreiteira, “seu” renomado Banco ou “sua” conceituada metalúrgica. De que valeu?

Deveria apenas tê-la respeitado como empregador. Empresas não cuidam de gente e o RH não é seu amigo. O RH pode e deve é contribuir na construção de cenários que contemplem a motivação e o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Empresas cuidam de trabalhadores que são remunerados em troca de produção e serviços em conformidade com os padrões de qualidade determinados.

Agora em busca de um novo trabalho, você vai a uma entrevista e ao possível “patrão” só interessa conhecer e ouvir o que você fez no passado e o que você poderá fazer e fará no futuro.

O novo “patrão” só quer saber como resolverá os problemas imediatos de gestão, como atingirá as metas organizacionais determinadas, como mediará relações sindicais, como irá atuar nos processos de gestão de pessoas e por aí vai.


quinta-feira, 4 de maio de 2023

Como deve se chamar a área que cuida de gente?




Pesquisas realizadas com certa regularidade pelas revistas de negócios e carreiras do tipo “As cem melhores empresas para se trabalhar”, mostram que muitas empresas sobem ou descem das melhores colocações. Algumas vão perdendo seu posto até que somem das melhores.

 Que conclusão pode-se tirar disso tudo? Processos de Gestão pura e simplesmente?

A percepção do ser humano em relação às coisas que o cercam, hoje em dia, influenciada pela mídia, pela pressão corporativa, pelo momento pessoal e/ou profissional, pela internet, pelo mundo globalizado, pode mudar rapidamente, tornando tudo à sua volta chato e depressivo.

Como deve se chamar a área que cuida de gente? Primeiro, as empresas não cuidam de gente. Cuidam de trabalhadores que são remunerados em troca de produção e serviços em conformidade com os padrões de qualidade determinados pela empresa. Os trabalhadores devem cumprir bem seu papel. Cuidar de Gente é slogan de campanha política. 

Gestão de Pessoas, Gestão de Talentos, Gestão de Desenvolvimento Humano, Gestão do Capital Humano, Diretoria de Gente e Gestão, Diretoria de Pessoas e Organização, gestão disso, gestão daquilo. Só a nomenclatura Gestão de Pessoas é convincente e objetiva. As demais são variações em torno de um mesmo tema. Samba de uma nota só. Serve apenas para a prática do endomarketing.

Até um tempo atrás, dizia-se que empregado trabalhava para a área privada e que funcionário ou servidor, trabalhava para a área pública. Hoje vemos a utilização das mais variadas nomenclaturas tais como talentos, integrantes, colaboradores, parceiros e, para não ficar atrás, na área pública se discute se o correto é servidor público ou servidor do público. Há algum tempo atrás, ouvi de um Consultor, quando perguntado qual a nomenclatura ideal para se tratar as pessoas, o mesmo disse “empregado”, para espanto do entrevistador. Disse mais, Colaborador é quem paga dízimo para a igreja!

Gestão de Talentos é a nomenclatura mais infantil do mundo corporativo.  Presume-se que na empresa só existam talentos. Qual será o discurso da empresa ao ter que dispensar uma leva de talentos? Gestão voltada para retenção de talentos é outra coisa. Cria-se um projeto interno para identificar, desenvolver e reter trabalhadores com potencial de crescimento profissional e pessoal e de interesse para a empresa. Isso é verdadeiro.

 Não importa o nome que dêem à área, o fato é que, dentro da realidade empresarial, as pessoas serão sempre recursos. O Gestor de Pessoas trabalha para o capital e deve agregar valor à empresa.

 

 

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Suicídio no Quarto andar!

 


Em 2007, seis trabalhadores da linha de produção do grupo automobilístico francês PSA (Peugeot-Citroen) se suicidaram. O último caso foi o de um trabalhador de cinqüenta e cinco anos, pai de dois filhos e que estava na empresa há vinte e nove anos. Entre os seis um era um engenheiro de computação de apenas 39 anos.

 Bruno Lemerle, do sindicato francês de direita CGT, ao se referir ao caso disse "Hoje domina o individualismo obstinado. Cada funcionário está em competição com o outro. Constantemente com os dirigentes respirando em seu pescoço, os quais estão, por sua vez, também sob pressão. Nas empresas desapareceu qualquer forma de humanidade e não existe nenhum espírito de família nem de amizade". Segundo os sindicatos dos trabalhadores da PSA, há alguns anos domina na empresa um "clima de incerteza", ligado às ameaças de deslocamento e à reestruturação organizacional, além da "concorrência entre os jovens engenheiros e os velhos técnicos".

 Nessa mesma época foi noticiado o vigésimo quarto suicídio, em dezoito meses, na France Telecom, empresa de telefonia de economia mista, com cem mil trabalhadores em toda a França.

 Em 2011 o Tribunal de Apelação de Versailles  determinou em segunda instância que a PSA pague uma indenização à família do engenheiro citado. Outros casos estão sendo julgados e possivelmente seguirão o mesmo caminho.

 A capacidade de permanecer funcionalmente ativo em uma sociedade cada vez mais competitiva exige um ser humano lúcido e emocionalmente estruturado. Atento, cada vez mais, às areias movediças que costumam aparecer no mundo corporativo.

Vivemos o marasmo de conviver sob a mediocridade do individualismo e da concorrência predatória. Muitas empresas, na definição de seus valores, apregoam a competência “Saber trabalhar em Equipe”. Um dos itens de avaliação em entrevistas de seleção e de programas de gestão e avaliação de desempenho é, invariavelmente, “Trabalho em Equipe”.

 Porém, essas mesmas empresas, costumam semear a competição 

e expor seus funcionários ao próprio limite

 Quando surgiu,  reengenharia significava jogar fora os sistemas antigos, começar tudo de novo e inventar uma maneira melhor de fazer o trabalho. O novo perfil de gestão deveria monitorar não apenas o que os gerentes sabem e fazem, mas também, como pensam. Não só a forma como vêem o mundo, mas também, a forma como vivem no mundo.

Diante da explícita necessidade do ser humano “empregado” se fazer presente de forma natural e não caricata, diante de candidatos a emprego cada vez mais marqueteiros, diante da chatice do mundo corporativo cada vez mais depressivo e opressor, diante da expressão “se você não fizer alguém faz” ou “se não está satisfeito a porta é a serventia da casa”, está mais que na hora da área de Gestão de Pessoas quebrar tudo, construir novos cenários e iniciar uma proposta de revisão de conceitos e preconceitos no mundo corporativo, pois alguma coisa está errada. 

Sem extremos de preciosismo e tecnicismo desnecessários. Agora com conhecimento de causa e efeito!

sexta-feira, 28 de abril de 2023

No mundo corporativo, o seu passado de vitórias e conquistas só interessa ao museu de sua estória!

 




No mundo corporativo, o seu passado de vitórias e conquistas, primeiro, só interessa ao museu de sua estória. Segundo, esse momento já foi! O que realmente interessa é “o agora”.

Diante de suas competências adquiridas, ao futuro patrão e/ou contratante, interessa saber como resolverá os problemas imediatos de gestão, como atingirá as metas organizacionais determinadas, como mediará relações sindicais, como irá atuar nos processos de gestão de pessoas e por aí vai.

O passado de vitórias e conquistas aconteceu em outras circunstâncias, em outro cenário econômico e social, em outro cenário de tecnologia e em outro cenário de recursos disponíveis. Principalmente, em outra faixa etária e com outros concorrentes!

É como disse o filósofo grego Heráclito. Segundo ele, ninguém “pode banhar-se duas vezes no mesmo rio”, pois na segunda vez, já não será o mesmo rio, uma vez que aquela água já se foi e é outra água que vem…

É a mesma estória de querer, a qualquer custo, voltar a trabalhar em uma empresa onde outrora foi feliz, pessoalmente e profissionalmente, considerando que, na sua cabeça, tomou a decisão errada ao sair. Havendo uma segunda vez, o rio não será o mesmo e você nunca será o mesmo a cada vez que entrar.

Uma vez que você entra em um projeto de “volta”, você não fica aqui e nem ali. Fica solto e sem foco. Não se desenvolve no seu momento atual e, muito menos, consegue efetivar a volta.

A cada dia enfrentamos e vivemos novas experiências e essas experiências nos trazem diferentes momentos. O conteúdo de um rio é sua água, seu leito e sua nascente, reabastecido com chuvas e temporais. Sem esse conteúdo nada mais existiria senão sua secura.

O conteúdo de um ser humano são os conhecimentos, as habilidades e as atitudes, reabastecidos regularmente com o exercício do aprendizado, da prática e da certificação. Da humildade do reaprendendo a aprender. Do saber lidar com o novo. Com o inusitado. Como disse Clemenceau, estadista francês, “o homem absurdo é o homem que não muda”.

 

 

quarta-feira, 22 de março de 2023

MSN - Movimento sem Noção!

 

Nas redes sociais profissionais bastou um "colega" pedir uma coisa qualquer que, imediatamente, um montão de gente escreve o famoso "eu também quero". Muitas vezes sem saber o que foi pedido de fato. Afora os pedidos absurdos que transformam tantos profissionais em Analistas e Gestores de "Obra Feita"!. Existem sites com diversas obras feitas para os sem noção copiarem... 

 


Concordo com uma colega quando, sabiamente, comentou mais ou menos isso: "Sim, posso lhe ajudar, eu sei fazer e meus honorários são...!".

Minha maior pérola encontrada até o momento foi a seguinte: "Eu fui nomeada Gerente de RH em minha empresa. Alguém do Grupo pode me indicar livros de Gerente de RH?". Com certeza deve ser uma daquelas psicólogas recém formadas, mal aproveitadas em seu potencial e jogadas em uma fria!!!

Pessoas sem noção estão em todos os lugares. Nas redes sociais, no ambiente de trabalho, nos botecos com amigos, no clube e até nos elevadores de seu condomínio!

Cheias de atitudes essas pessoas "sem noção" destratam motoboys de entrega, compram ingressos falsos de cambistas e olham para a fila achando que se deram bem e nas redes sociais viram especialistas em tudo palpitando aqui e ali.

Na área de RH proliferam pedidos como o citado no início deste artigo sem noção!  "Quero um formulário de avaliação de desempenho urgente. Alguém pode me enviar". "Preciso da opinião de um Coach que me oriente como mudar de área pois quero fazer coisas novas. Por isso peço ajuda de vocês." Consultoria grátis!

 "Estou fazendo uma pesquisa e gostaria de saber de vocês quanto pagam no piso salarial e qual a  média salarial na empresa para os gerentes e também quais os benefícios".  O elemento pede algo que é confidencial, em um grupo aberto e nem coloca o nome da própria empresa. Alguém irá responder?

Também existem os sem noção sacanas e sem vergonhas. Outro dia soube de um sem noção que queria serviços de tradução do português para o espanhol. Separou sua tese em diversos trechos e enviou para professores de espanhol. Alegava que iria contratar após um teste da qualidade dos serviços. Obteve toda sua tese traduzida e grátis. É muita sacanagem!

 Hoje, a tendência é consultas e orientação sobre procedimentos médicos nas redes sociais. Certa vez um médico italiano postou: Se você fez uma consulta no Google e quer uma contra prova, consulte no Yahoo!!





 

quarta-feira, 8 de março de 2023

Muitos permitem que a descrição de seus cargos demarque os limites de suas competências!

 

Nas décadas passadas quantos de nós não pegaram carona na ascensão e glória das empresas estatais, estaduais e federais, ou nas grandes empreiteiras e indústrias que se alastravam pelo país afora. No ímpeto de alocarem em suas fileiras profissionais capacitados e de motivarem sua saída dos grandes centros, essas instituições primeiro analisavam o currículo para depois definirem cargos e benefícios.

 




Não havia muito rigor no planejamento e dimensionamento adequado dos quadros de pessoal. Em estatais, eram todos seniores, não importando, muitas vezes, o conteúdo ocupacional. Em certo sentido, como filosofia empresarial, podia até ter sua validade, se pensarmos que, quanto melhor a mão de obra, melhor a qualidade dos trabalhos.

 

Passamos a presenciar, então, funções inferiores, sendo exercidas por elementos de nível superior, os quais, com o passar dos tempos, tornaram-se dependentes passivos das empresas, posto que as crianças cresceram, conseguiram a almejada casa própria e criaram círculos sociais. Isso sem falarmos das restrições de mercado de trabalho em inúmeras cidades brasileiras fora dos chamados grandes centros. Como vida além trabalho, podemos, em situações como esta, até adquirir bons índices de qualidade pessoal. Mas será que só isso basta?

 

Muitos permitem que a descrição de seus cargos demarque os limites de suas competências. Bem comportados, não ousam ultrapassar as linhas demarcadas. Quanta qualidade, desde então, não vem sendo sucateada em nossa força de trabalho, pela não virada de mesa, pela grife e pelo mito da grande empresa ou até mesmo pela insegurança de ultrapassar os horizontes além dos cartões de visita e das decorações das mesas de trabalho. 


Nossos limites estão diretamente relacionados com as racionalizações por nós impostas à nossa cabeça e ao nosso desejo de ser e estar.

 

Está claro neste processo todo de revolução organizacional que o grupos dos profissionais com muitos anos de casa, outrora preservado, vem, a cada ano, sofrendo baixas em suas fileiras. O conceito de emprego de longa duração não ocupa mais espaços.

 

Existe um amplo mercado de trabalho efetivo ou de prestação de serviços , nas pequenas e médias empresas brasileiras.      

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Como deve ser bom trabalhar em um Consultoria de RH!

 
Tempos atrás ao ler um artigo semelhante fiquei a pensar em situações que vivi tanto no mundo corporativo quanto em meus trabalhos de Consultor.

 

Em épocas de mudanças estruturais ou turbulências de mercado empresas aproveitam para em nome disso ou daquilo promoverem uma onda de demissões. Antigamente o que você faria? Toca a procurar emprego preferencialmente em sua antiga área de atuação. De alguns anos para cá, além dessa perspectiva, as pessoas tem um cenário de empreendedorismo em qualquer segmento ou atuar como Consultor focado na sua expertise principal.

 

Falando de Recursos Humanos, minha área de origem, competentes profissionais tornaram-se consultores ou abriram uma consultoria e vivem de sua capacidade técnica e rede de relacionamentos. Nos anos 90 o pessoal de Recrutamento e Seleção e de Treinamento e Desenvolvimento foram os primeiros a se virarem por conta própria. Bem mais tarde, outras áreas de RH também começaram a sumir das empresas e seus serviços contratados como prestadores. Nos anos 2000 começou a contratação de profissionais, recém formados ou não, em Psicologia, para gerenciar a área com liberdade para contratar consultores quando a demanda necessitar. Ótimo cenário para a competência terceira!

 

Nas empresas ditas top de linha, você Consultor se orgulha de ter sido contratado para um grande projeto em sua expertise. O pessoal que ti contratou o trata muito bem e lhe dá todo apoio para desenvolver seus trabalhos. Porém, não é incomum, um grupo de profissionais mais jovens que você com os quais você tem que interagir subestimarem sua presença e não lhe dar muita atenção. Mas você se vira bem com ou sem eles. Conheci muita gente empedernida e presunçosa que quando as empresas em que trabalhavam sucumbiram por motivos diversos,  caíram juntos e se tornaram humildes profissionais à procura de emprego.

 

Agora você pensa, “como deve ser bom trabalhar em uma consultoria de RH com tantos profissionais criativos, solucionadores de problemas e mediadores de conflitos”. Afinal, se resolvem e corrigem todos os males do mundo corporativo, na própria casa não poderia ser diferente!

 

Pelas minhas andanças por aí, desde que me tornei Consultor, convivi e/ou trabalhei com muitos consultores e consultorias de respeito. Também frequentei ambientes, que vi no dia a dia, com certa regularidade, comportamentos contrários aos produtos que vendem ao lidar com suas equipes e/ou colegas de trabalho em um ou outro projeto conjunto. Provavelmente nas empresas de origem, agissem assim.

 

Por que praticar a desconfiança, falta de diálogo, ausência de feedback, terrorismo interno, intolerância, imposição de comportamento? Tudo isso em nome da sobrevivência que você, consultor líder ou proprietário, tanto teme.

 

Eu penso que a partir do momento que uma consultoria expõe em sua página, a relação de clientes, ninguém irá “roubar seus clientes” a menos que sua capacidade técnica se evapore.