sexta-feira, 12 de agosto de 2022

O programa de TV “MasterChef” retrata bem o tema. Ou você é bom ou você não é!

 


Quem assistiu o filme “O diabo veste Prada” se viu diante das relações do mundo corporativo com um estilo de liderança arrogante e sempre em busca da perfeição. Deixou a imagem de muita prepotência e arrogância nas relações com os subordinados que giram ao redor da personagem central. Como deve ser difícil lidar com um chefe desses dirão alguns. Eu jamais me submeteria a esse tipo de pressão dirão outros. Ambos estão errados quando se percebe em todas as entrelinhas que o resultado final é o crescimento profissional e pessoal, mesmo com todas as “crueldades”!

O programa de TV “MasterChef” retrata bem o tema. Ou você é bom ou você não é! 

Quando um participante recebe uma avaliação mais rigorosa ou mais sincera e de uma forma “curta e grossa”, boa parte da plateia costuma tomar as dores do “ofendido” e criticar a forma de atuação do avaliador. Queremos sempre ouvir que nossa comida está boa, que nosso trabalho está bom e que somos bons naquilo que fazemos quando, muitas vezes, não somos.

Todos os profissionais que tiveram o privilégio de conviver com um estilo de chefia rigoroso em resultados saíram do lugar comum, buscaram sua diferença e fizeram acontecer. É isso que importa. Sem “mimimi nem chororo”. Chorar e rezar não ganha jogo.

 

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Meu diretor mandou implantar o RH, por onde começo?

 Artigo publicado em 30/10/2009

Nos sites de relacionamento e/ou grupos profissionais que participo e/ou navego, não são raros pedidos assim: “Meu diretor mandou implantar o RH, por onde começo?”, “Tenho que implantar plano de cargos e salários, alguém pode me enviar manuais, descrições, formulários e outras coisas?”, “Tenho que fazer avaliação de desempenho aqui na minha empresa, alguém pode me mandar formulários?”. Até modelos de cartas para o dia-a-dia do RH são solicitados! Provavelmente o Diretor José começou sua segunda feira desse modo: “Maria, acordei de bom humor, vai lá e implanta o RH!”. Maria ouviu a ordem e pensou “Afinal, o que é o RH?”


Como o Diretor José, naquele instante, pensou RH, vamos adotar o termo RH para tratarmos desse artigo.

O lado mais rico e dinâmico em processos de gestão de recursos humanos, reside na liberdade de criação. Ressalvando-se os aspectos legais que regem a gestão trabalhista, previdenciária e sindical, todos os demais processos estão aí, livres para a criação. Formulação, desenvolvimento, aplicação e validação. Pronto. Mais uma ferramenta de gestão de recursos humanos acaba de ser criada.

Em todos os processos e ferramentas de gestão de recursos humanos conhecidos, o que existe é a ideia central do produto e dos resultados que queremos chegar. Avaliar e descrever cargos, avaliar desempenho, avaliar capacitação e perfil psicológico, construir indicadores, pesquisar satisfação e clima organizacional entre outros. Agora, como fazê-los, depende da nossa vontade de criar. Ou caímos na mesmice ou articulamos idéias novas. É lógico que você não vai inventar uma nova fórmula de estatística para calcular a média aritmética ponderada por exemplo. Mas, você pode muito bem, interpretar o resultado apurado a partir da amostra analisada.

A empresa que Maria trabalha é uma fábrica de embalagens para cosméticos, de origem familiar, com cerca de 120 colaboradores, sendo, 90 deles, voltados às linhas de produção. A área de documentação, registro e folha de pagamento é terceirizada e apenas ela responde pelo então Departamento de Pessoal. Por onde Maria deve começar? De uma maneira simplista, porém objetiva, traço um roteiro básico na intenção de ajudar a Maria em sua empreitada.


Para começar a pensar na sua tarefa, Maria, você deve primeiro realizar o diagnóstico organizacional da empresa e entender perfeitamente sua estrutura e seus sistemas de negócios. Estas são informações de extrema importância e devem ser obtidas junto aos colaboradores estratégicos da empresa, através de entrevistas e/ou através do preenchimento de questionário de diagnóstico previamente elaborado.

Entendemos como colaboradores estratégicos aqueles que atuam em cargos de gestão e/ou que atuam em posições de assessoria na formulação de diretrizes e suporte de processos decisórios. O questionário de diagnóstico tem como objetivo entender e validar, entre outros itens, a existência de um planejamento estratégico, como os gestores da empresa enxergam a própria empresa, o mercado onde atua e as ações da concorrência, quais são os desafios e perspectivas da empresa, a efetividade dos sistemas de informações, métodos e processos de trabalho e como uma reestruturação da área de recursos humanos pode atuar e facilitar no crescimento da empresa.

Agora Maria, trate de definir junto à Direção, qual é a missão e quais são os valores da empresa na visão de seus sócios. Feito isso, chegou às competências essenciais. Competências essenciais nada mais são do que aquelas comuns e desejáveis para todos os colaboradores, sem importar o nível hierárquico. São competências que permitem a uma empresa diferenciar-se de outras no mercado. É fato que a maioria das empresas define competências essenciais comuns, explicitando o óbvio (Orientação para resultados, Orientação para Clientes, Pró Atividade, Resolução de Problemas entre outras). Saber lidar com as competências essenciais determinadas e saber como trabalhá-las mediante o contexto da empresa e recursos humanos que dispõe ou necessite dispor, fará a diferença.

Uma vez definidas as competências essenciais Maria, você já poderá desenvolver seu primeiro produto. Um sistema de gestão e avaliação de desempenho. Cada competência essencial pode ser transformada em fator de avaliação, comum a todos os colaboradores. Você poderá construir, por exemplo, dois formulários de avaliação. Um para gestores e outro para não gestores. Vamos supor cinco competências (fatores) comuns aos dois grupos e outras cinco para cada um dos grupos. Agora é só definir e validar a metodologia de apuração e ponderação.

Antes de iniciar outros processos de gestão de recursos humanos é importante conhecer a percepção dos colaboradores em relação à empresa. Medir e avaliar o grau de satisfação e o nível de relacionamento e motivação dos colaboradores em relação ao ambiente interno setorial e coletivo. Formular, validar e realizar uma pesquisa de satisfação e clima organizacional. Construa um questionário dirigido para mapear os aspectos críticos relativos ao momento motivacional dos colaboradores e que influenciam no seu comportamento (pontos fortes, deficiências, expectativas e aspirações).

Com as análises e percepções obtidas com a pesquisa de satisfação e clima organizacional, você poderá elencar as prioridades apresentadas.

Maria, agora formule, desenvolva e valide novos rumos e critérios de construção e administração dos planos de cargos, carreiras e salários vigentes.

Após definir os grupos ocupacionais a serem tratados (gestores, administrativos, operacionais,...), trace os objetivos a serem alcançados na construção de seu novo produto. Por exemplo, descrição de cargos focada em processos, definição clara das competências (especificidades) técnico funcionais de exercício do cargo (de ingresso e de desenvolvimento), critérios para mobilidade horizontal e vertical das carreiras, políticas de valorização, crescimento e reconhecimento dos colaboradores, concessão de aumentos salariais através de critérios entendidos como legítimos, entre outros.

Com a utilização das descrições dos cargos, você poderá mapear o nível de envolvimento e conhecimento dos colaboradores em cada processo. Isso ajudará no levantamento do banco de conhecimentos disponíveis e na determinação do banco de conhecimentos desejáveis, além de subsidiar os enquadramentos nas graduações disponibilizadas a cada cargo e na elaboração de programas de capacitação. Agora Maria, conheça e aprenda a lidar com todos os sistemas de avaliação e classificação de cargos disponíveis e de domínio público, adote e customize um deles para utilizar em sua empresa ou desenvolva e valide outro sistema derivado, com os conhecimentos já obtidos.

Para validar a implantação dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários concluídos e definir a política salarial a ser adotada frente ao mercado de trabalho, realize uma pesquisa de salários e práticas em gestão de recursos humanos. Selecione empresas concorrentes e empresas de sua região que de uma forma ou de outra influenciam no comportamento de sua empresa.

Formule relatórios gerenciais de acompanhamento da movimentação dos produtos que você criou e solicite à empresa terceirizada que os emita com base nos módulos disponíveis nos sistemas de cadastro e folha de pagamento.

Maria, a essa altura você já construiu seis processos básicos em gestão de recursos humanos:

- Processo de manter pessoas: conhecimento da satisfação interna e do clima organizacional vigente,

- Processo de conhecer pessoas: avaliação de desempenho,

- Processo de recompensar pessoas: desenho dos cargos e sistemas de remuneração,

- Processo de atrair pessoas: competências técnico funcionais para recrutamento e seleção,

- Processo de desenvolver pessoas: programas de capacitação,

- Processo de monitorar pessoas: acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificação de resultados.

Maria, você já está a um passo de transformar a administração de recursos humanos de sua empresa em gestão de pessoas! Qualquer dúvida sobre os processos citados, contrate um bom Consultor de RH para assisti-la nos trabalhos!

Carlos Alberto de Campos Salles

Consultor de Recursos Humanos

Aposentado e sempre Independente

c

 

Seja mais que importante, seja raro!

 



Para celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais requisitada que eu já escrevi.

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.

3. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.

4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.

5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.

6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para discordar.

7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho..

8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele aguenta.

9. Poupe para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.

10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.

11. Sele a paz com seu passado para que ele não estrague seu presente.

12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que se trata a jornada deles.

14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.

16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.

17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeroso.

18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.

19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.

20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite não como resposta.

21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.

22. Prepare-se bastante, depois deixe-se levar pela maré.

23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém é responsável pela sua felicidade além de você.

26. Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?

27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todos.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.

31. Independentemente se a situação é boa ou ruim, irá mudar.

32. Não se leve tão à sério. Ninguém mais leva...

33. Acredite em milagres.

34. Deus te ama por causa de quem é, não pelo o que vc fez ou deixou de fazer.

35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.

36. Envelhecer é melhor do que a alternativa: morrer jovem.

37. Seus filhos só têm uma infância.

38. Tudo o que realmente importa no final é que você amou.

39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.

41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor está por vir.

43. Não importa como você se sinta, levante-se, vista-se e apareça.

44. Produza.

45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente."

 

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Gente inteligente gosta de trabalhar com outros da mesma espécie!

 

Eloi Zanetti - Consultor de Marketing e de Comunicação:

  


"Precisamos provar que existe vida inteligente". Esses dias, conversando com um empresário e sua diretora de RH, o assunto versou sobre recrutamento e seleção. Eles haviam chegado à seguinte conclusão: "Daqui para frente, só iremos contratar gente inteligente, do boy aos cargos de diretoria." O presidente da empresa arrematou: "Não adianta o candidato chegar com muitos cursos, mestrado, pós-graduação e formação acadêmica no exterior que se ele não for inteligente, não entra." Lembrei que na mesma empresa, um ano antes, num exercício em workshop percebi um funcionário, humilde, mas se destacando dos demais nos exercícios pela sua sagacidade na proposição e resolução de problemas. Perguntei a esse mesmo empresário, quem era aquele? - Ele me disse: "Um operário da linha de produção." Rebati: "Fique de olho nele, esse cara é bom".

 

Meses mais tarde fiquei sabendo que esse funcionário havia criado coragem e solicitado uma conversa com o presidente. Trazia uma série de idéias de como aumentar a eficiência do seu trabalho e setor e que não aguentava mais ficar ouvindo baboseira de projetos que não terminavam nunca, da refação de trabalhos e da sobreposição de tarefas. O presidente pacientemente ouviu as ideias, acho-as boas e mandou-o colocá-las em execução o que melhorou substancialmente o fluxograma da empresa trazendo economia de tempo e dinheiro. Hoje, este operário, ocupa um cargo melhor e desempenha bem o seu papel, apesar da sua carência de formação. Mas como homem inteligente, já se matriculou em uma faculdade. A empresa está ajudando. Ele percebeu que a inteligência sozinha não é nada, que o trabalho, sozinho, também não é nada, mas que somados podem tudo.

 

O que muitas vezes acontece, não é a falta de inteligência, mas a preguiça de pensar e o fato de não querer trazer para o ambiente empresarial toda a potencialidade que se possui. O colaborador pode ser inteligente e criativo fora da empresa, nas na hora das trocas de salário por capacidade fica no débito. Muitas vezes a culpa é da própria empresa que só faz travar o processo criativo e o livre pensar do seus funcionários. Ambiente em que só os diretores e gerentes podem ter ideias está condenado a ter poucas e péssimas. O pensar e o agir criativo é que fazem as coisas.

 

Gente inteligente gosta de trabalhar com outros da mesma espécie. É estimulante e desafiante fazer parte de uma equipe que sabe pensar. A turma pode ser altamente competitiva, mas vibra quando as boas ideias aparecem. É assim que se formaram as grandes equipes criativas, aquelas que mudaram o mundo. Um inteligente foi atraindo o outro, que foi atraindo o outro e em breve o ambiente estava brilhando e carregado de boas energias. Quer melhor exemplo do que a turma do Steve Jobs? Faça como a Apple e como esse meu cliente - pense diferente - só contrate gente inteligente.

 

E já que estamos em tempos de futebol, o que um time precisa é de jogadores pensadores e não de carregadores de bola. Aproveite o Brasileirão e observe os craques jogando, eles param por milésimos de segundos, pensam e só depois é que disparam seus passes ou chutam em direção ao gol. Craque é craque porque sabe pensar."

 Editado em 2010!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O que Você pode aprender com Rafa Nadal!

 

O talento de Rafa Nadal está nas salas de aula da Escola de Negócios IESE em vários países. “As lições que se podem aprender sobre a forma como Rafa Nadal administrou sua carreira esportiva ‘são universais’ e podem ser aplicadas tanto a presidentes de grandes empresas como a jovens profissionais que estão começando no mundo corporativo“, garante o autor do case e professor Santiago Álvarez de Mon. Abaixo estão 10 lições que estudantes, executivos e homens e mulheres de negócios podem tirar da história de sucesso de Rafa Nadal.

 


Lições do número um do mundo

 

Mas o que Você pode aprender com Rafa Nadal? Para Santiago Álvarez de Mon, há dez lições fundamentais:

 

1. Talento: toda pessoa nasce com um talento diferente. O segredo está em escolher uma profissão que permita desenvolvê-lo. Embora o talento esteja marcado pela genética, é necessário adestrá-lo para que floresça com força. Rafa Nadal começou a jogar tênis com 5 anos, aos 7 ganhou seu primeiro campeonato, aos 12 foi eleito campeão da Europa em sua categoria e, aos 22, tornou-se o número um do mundo.

 

2. Caráter: o tenista espanhol é um exemplo de como um caráter forte e decidido pode impulsionar a carreira até o topo. Junto com o talento, o caráter é o segundo motor de uma dupla invencível.

 

3. Aprendizagem: no esporte, assim como na empresa, é preciso ter uma relação natural com o erro e estar disposto a se esforçar. Em Nadal, nem tudo é técnica, mas também controle mental e inquietação para aprender sempre. Até desbancar Federer como número um do mundo, o espanhol foi derrotado em várias ocasiões por seu rival.

 

4. Valores: antes de chegar a ser o número um, foi preciso trabalhar valores como a humildade, para que houvesse raízes mais sólidas para encarar o sucesso, mas também para saber diferenciar a pessoa que está por trás do personagem esportivo e midiático.

 

5. Equipe: um tenista é um exemplo de competidor solitário na quadra, mas há sempre uma equipe que o apóia. O treinador ou o empresário exercem o papel de assessores fora das quadras, mas uma vez iniciada a partida, a responsabilidade recai integralmente sobre o tenista, assim como ocorre com o executivo. Na solidão do poder, há sempre a companhia de alguém nas sombras.

 

6. Mentalidade positiva: há esportistas que perdem uma partida mesmo antes de jogá-la. O segredo está em ver o problema e convertê-lo em oportunidade, embora para isso, além de perspectiva, seja preciso também exercitar a força mental, para dar o melhor de si nos momentos mais difíceis.

 

7. Entorno: o entorno familiar é essencial não só na hora de lembrar a uma estrela midiática quem ela é e de onde vem, como também nos momentos de formação de sua personalidade.

 

8. Treinador: uma pessoa de talento pode ser a última a se dar conta do talento que tem. O trabalho de um bom treinador consiste em identificá-lo, selecioná-lo e adestrá-lo corretamente para que ele se desenvolva. No caso de Nadal, foi seu tio Tony quem descobriu o talento do garoto quando ele tinha apenas 3 anos, tornando-se posteriormente o treinador número um do mundo.

 

9. Pressão: a única forma de suportar a pressão de uma competição pesada é relativizar e saber que há algo mais a se ganhar além de um troféu.

  

10. Colaboradores: o risco de um alto executivo ou de um esportista de elite é o de se cercar de gente que só diz aquilo que ele quer ouvir.

 

sábado, 29 de janeiro de 2022

Avaliação de Desempenho - O que será que o RH quis dizer? Não entendi!

 


 

Nos bastidores do mundo corporativo é comum você ouvir que qualquer ação de avaliação de pessoas está sujeita a críticas devido à subjetividade do processo. Quando você ouve nos corredores que os avaliadores dão notas segundo o seu ponto de vista e sua interpretação dos critérios de avaliação e classificação e isso pode gerar injustiças, algo não vai bem. Agora, por que você ouve isso? Está claro que o RH não cumpriu todas as etapas de formulação e validação do sistema e não realizou uma oficina de trabalho para treinar e desenvolver adequadamente tanto a metodologia quanto os avaliadores.

 

 Em muitas instituições os avaliadores recebem um modelo pronto com informações básicas sobre as competências a serem avaliadas, uma breve descrição e uma régua escala de avaliação.

 

Competências mal descritas geram interpretações diversas

 

A competência “Capacidade de se adaptar em qualquer ambiente”, por exemplo. Na descrição da competência recebida pelo avaliador não há qualquer destaque objetivo para a expressão “qualquer ambiente”. Aí vem a indagação: “Como vou saber se o José é capaz de se adaptar a diversos ambientes se só foi possível observá-lo em um?". Será que o RH não quis dizer que “qualquer ambiente” significa trabalho sob pressão, atendimento à demanda, picos de produção, por exemplo?

 

A redação de uma competência (fator de avaliação) e suas variantes, em um sistema de avaliação de desempenho, não pode dar margem a qualquer tipo de dúvida ou interpretação. Exatamente igual às perguntas e resposta alternativas de uma prova de vestibular. Pode ocorrer de um modelo “emprestado” da empresa vizinha, academicamente perfeito, não emplacar devido à existência de uma competência não aplicável em sua empresa. Passou desapercebido por quem tomou emprestado!

 

Maior visibilidade e transparência nos modelos de avaliação de desempenho e nas oportunidades de crescimento individual são fatores importantes na busca da sinergia necessária para romper preconceitos e promover mudanças através do conhecimento necessário do ambiente onde as decisões e ações ocorrem. Por isso, ao formular seu modelo, pense no desenvolvimento de uma cultura voltada para resultados e para o planejamento do crescimento profissional do funcionário.

 

Agora pense nos objetivos a serem atingidos pelo seu modelo

 

- Fortalecer as relações dentro das equipes de trabalho e tornar mais clara a contribuição individual esperada,

 

- Incentivar o diálogo da chefia com o subordinado sobre seu desempenho,

 

- Proporcionar às chefias um instrumento de análise global de suas áreas,

 

- Obter informações sobre o comportamento profissional do avaliado durante o seu desempenho no trabalho,

 

- Comparação entre o que se espera e o que foi alcançado,

 

- Identificar necessidades de capacitação e desenvolvimento individual e por área,

 

- Fornecer informações para o sistema de progressão funcional e movimentação de pessoal,

 

- Reconhecer talentos e contribuir para maior integração das necessidades e aspirações do funcionário com os objetivos e aspirações da instituição.

 

Qualquer metodologia de avaliação de desempenho, quando mal estruturada e mal trabalhada, pode gerar uma sensação de desconforto nos avaliadores e avaliados.

 

Instaure uma oficina de trabalho onde, a área de RH e os Gestores e colaboradores convidados (dotados de profundos conhecimentos da cultura e dos valores da instituição), selecionem as competências a serem medidas (as essenciais e as específicas), discutam a metodologia, os critérios de ponderação e o desenho dos questionários. Tal medida visa garantir a legitimidade do modelo, a qualidade do processo e o alinhamento com a natureza e negócio da instituição. Se o RH preferir ser participante na Oficina, para se igualar aos "avaliadores", contrate um especialista para o processo!

 

Em contra partida à “velhice” dos sistemas convencionais de avaliação de desempenho, no início dos anos 90, surgiu nos Estados Unidos um conceito no qual todos os elementos são envolvidos de forma integrada, em substituição ao tradicional modelo um a um. Esse novo conceito ficou conhecido como Avaliação de Desempenho – 360 Graus.

 

Fundamenta-se como ferramenta de gestão de pessoas, utilizada para coletar informações do ambiente interno e externo de uma instituição, com a finalidade de levantar percepções de desempenho e relacionamento sob diferentes pontos de vista de uma equipe de trabalho. É um processo no qual um indivíduo é avaliado por seu superior, pelos seus pares, por si próprio e algumas vezes, até por clientes.

 

A metodologia estabelece um diagnóstico focado em diversidade de competências (conhecimentos, habilidades e atitudes), identidade da tarefa, autonomia e retorno (grau em que um funcionário recebe informações diretas e claras a respeito do seu desempenho, monitorando o conhecimento que uma pessoa tem dos reais resultados que alcançou com seu trabalho). Comparação de resultados de avaliações feitas por colegas de trabalho, sob o ponto de vista deles, pode atingir uma percepção mais intensa dos nossos atos e suas consequências, positivas e/ou negativas, sobre os outros e sobre a instituição. A aplicação por si só de um modelo 360 graus, sem o devido preparo da equipe a ser monitorada, pode trazer implicações sérias de relacionamento. Cada membro da equipe deve estar preparado para dar e receber críticas sem constrangimento e sem auto defesa. 

 

Esse modelo mexe com a cultura, a união e o “in statu quo ante bellum" (estado em que se estava antes da guerra) da equipe. O modelo 360 graus, além dos cuidados acima, pode tornar-se algo excessivamente burocrático. Para não implantar “modelos de papel” e ficar um longo tempo à disposição do modelo, existem softwares que facilitam a vida do RH. Mesmo assim, em uma equipe de vinte funcionários, incluindo-se aí o gestor, imagine quantos questionários terão que ser processados e analisados! 

 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Como manter-se competitivo num mercado onde todos querem manter-se competitivos!

 


Dizem que nos anos 221 a 265, a dinastia Wei instituiu a figura do "julgador imperial". Seu papel era avaliar a atuação da família imperial, levar o produto de seu julgamento ao imperador, que, por sua vez, o utilizava para tomar decisões relativas à família e ao seu império. Referências históricas costumam ilustrar artigos e seminários de Gestão de Pessoas e o interesse pela avaliação do desempenho humano ao longo da história.

  

Em 1971, um consultor americano chamado Laurence J. Peter, escreveu um livro intitulado no original “The Peter Principle”. Editado no Brasil, recebeu o nome “Todo mundo é incompetente, inclusive você”. O princípio de Peter apregoa que as pessoas são promovidas por serem competentes naquilo que fazem. Quando começam a demonstrar alguma incompetência no nível que chegaram, param de ser promovidas. Todo ser humano é competente até um determinado nível, mas quando o atinge, quer passar ao nível seguinte. E aí, fatalmente, torna-se incompetente. Essa situação é uma lei natural da vida, não uma catástrofe! Todos nós temos nossos limites. Saber utilizá-los a nosso favor é o que conta.

 


 

 Algumas décadas atrás, um dos quesitos de uma carreira bem sucedida, centrava a dedicação, a lealdade e a paciência para percorrer, degrau a degrau, a hierarquia da empresa. O perfil básico do profissional era moldado pela experiência (principal referência de êxito), pela acomodação, pela dependência, pelo carreirismo, pela resistência às mudanças, o salário determinado pela empresa e a aquisição de conhecimentos vinha da vontade pessoal.

 

Por volta dos anos 80, o perfil básico do profissional passou a ser moldado pelo grau de escolaridade (agora principal referência de êxito), pela confiança, pelo “ser” político, pela criatividade, pelo ajuste às mudanças, pela competitividade, o salário negociado com a empresa e a aquisição de conhecimentos baseada na teoria acadêmica.

 

O conceito “você é o dono da sua carreira”, começou a ganhar consistência a partir do processo da globalização e da corrida em busca de competências. Sustenta a contratação de colaboradores com alto potencial de êxito, assegura que estes colaboradores recebam o monitoramento necessário para desenvolver este potencial, define um sistema de avaliação para fornecer a retroalimentação necessária para alcançar um desenvolvimento excelente e permite focar nos conhecimentos, habilidades e atitudes que os colaboradores necessitam para alcançar os objetivos da empresa.

 

O perfil básico do colaborador tem que ser moldado pelo relacionamento com sua equipe (agora principal referência de êxito), quer como líder, quer como integrante, pelos estudos, pela visão global das coisas, pela postura nos processos de mudanças, pela capacidade de facilitador, o salário é conquistado pelo resultado de seu trabalho e de sua equipe e a aquisição de conhecimentos é fruto de aprendizado contínuo.

 

Nesse novo contexto de empregabilidade favorecemos quatro competências. Capacidade de influenciar pessoas, facilidade para promover mudanças, contínua capacidade e vontade de aprender a reaprender e flexibilidade intercultural.

 

Além de estar sempre focado e atualizado naquilo que se sabe fazer e acontecer, é muito importante buscar sempre informações de cultura geral. Estar em dia sobre conhecimentos gerais do mundo da política, economia, literatura e esportes torna a sua presença e conversa mais interessante aos ouvidos de todos.

 

Voltando ao Princípio de Peter, qual o problema se você chegou ao seu nível de competência, se você tem paixão pelo que faz? Ao se sentir sentado no último degrau da sua escada profissional e não tiver mais paixão pelo que faz, não haverá livro de auto ajuda que lhe dê mais um degrau.

 

Muitas pessoas buscam sonhos que não são seus!


 Carlos Alberto de Campos Salles

Consultor de RH aposentado e sempre independente

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Servidor Público ou Servidor do Público ou isso não tem a menor importância!

 


(Original de 8 de julho de 2015)

Tempo atrás, quando desenvolvia um projeto em uma prefeitura cujo prefeito era recém empossado, vi-me às voltas com uma calorosa discussão entre os novos comissionados nomeados e que trabalhavam junto ao gabinete do prefeito. Um deles iniciou uma discussão sobre como deveriam ser chamados os funcionários da prefeitura. Dizia: Servidor Público ou Servidor do Público? Na opinião deste, Servidor Público parecia estar relacionado com algo pejorativo ou coisa assim.

 

Era a primeira vez que o Partido assumia um cargo executivo na cidade e todos estavam empenhados em mudar os cenários criados há anos pelas administrações anteriores. Dentro daquele espírito do politicamente correto, dizia que a nomenclatura Servidor Público parecia mais com um nome dado a um objeto, a uma edificação, a um equipamento ou algo parecido. O correto deveria ser Servidor do Público, pois, o objetivo, era prestar atendimento aos cidadãos. A discussão rolou por um bom tempo e até hoje não sei a que conclusão o grupo chegou. 

 

É uma cena comum quando um novo grupo assume uma prefeitura, como no caso citado, a militância nomeada querer a todo custo e sem muita avaliação do que já foi feito de bom, querer a mudança de tudo. “Cara Nova” é a ordem do dia pelos próximos quatro anos. A questão é como transformar então, esse princípio de “Cara Nova”, para a revitalização dos processos de gestão de pessoas e para o compromisso do novo governo em prestar melhores serviços aos cidadãos?

 

A área pública tem o poder e a facilidade da pesquisa, da investigação e do amplo acesso ao conhecimento, através de suas instituições acadêmicas, fundações, participações em congressos próprios e/ou de terceiros e intercambio com áreas públicas nacionais e de outros países

 

Por que, então, o “fazer acontecer” é tão difícil?

 

A área pública possui verdadeiras ilhas de excelência em suas escolas de governo de prefeituras e capitais, universidades corporativas da administração indireta, fomento ao desenvolvimento e pesquisa e tantos outros órgãos.

 

Projetos e Oficinas de Trabalho em qualquer área do conhecimento são regularmente formulados e desenvolvidos quer por parte de consultorias e prestadores de serviços, quer por parte de funcionários de carreira, porém, na maioria das vezes não são aproveitados por falta de critérios legais que os adaptem às exigências constitucionais e/ou principalmente por falta de vontade política.

 

Nesse contexto, vamos pensar um pouco na gestão de um projeto de plano de cargos, carreiras e salários em uma prefeitura de uma cidade qualquer no interior do Brasil. Na administração pública, as práticas salariais costumam ser resultado de uma longa estória de negociações complexas entre atores políticos, associações de servidores e os sindicatos. A discussão de um simples anteprojeto pode gerar extensas reuniões para avaliação e mensuração da relação do retorno político, da dotação financeira, dos aspectos jurídicos de reenquadramento e adesão ao novo plano e da situação atuária da previdência local. 

 

Quando de uma nova proposta de estrutura salarial é possível analisar e imaginar 

quantas linhas já foram redesenhadas desde o desenho original!

 

Movimentos grevistas costumam ter como pano de fundo a elaboração de um plano de cargos, carreiras e salários (o que podemos traduzir como “aumento já”). Mas, os sindicatos e associações, quando sentam-se à mesa de negociação, acabam no aceite de um percentual de correção salarial e na intenção futura da elaboração de um plano. Assim passam-se os quatro anos do prefeito.

 

Bons projetos executados por empresas terceiras com a participação de funcionários de carreira e/ou comissionados, quando conseguem ser implantados na sua totalidade, o que é raro, alguns meses depois, um novo movimento grevista pede a revisão do plano. Como podemos entender isso? Um exemplo interessante é a aversão de muitos sindicatos e associações à adoção da figura do cargo amplo. A prática do cargo amplo, quando bem estruturado na técnica e na legislação, permite uma variada mobilidade horizontal e vertical ao funcionário público com a assunção de atribuições diversas e de natureza e complexidade similar dentro de um mesmo cargo, ou seja, o cenário de atuação pode propiciar novos desafios e novos conhecimentos.

 

O “fazer acontecer” um projeto de plano de cargos, carreiras e salários nessa simpática prefeitura, pode ter como conceitos e diretrizes:

 

- Visão da Prefeitura no papel de capacitador do servidor em substituição ao de provedor;

 

- Programas de capacitação e transparência de oportunidades;

 

- Foco em resultados que enriquecem o valor da Prefeitura para seus servidores e para os cidadãos;

 

- O servidor não deve ser visto apenas pelo que faz, mas sim, também pelo que entrega;

 

- A excelência nos serviços prestados e no atendimento aos cidadãos é consequência direta do compromisso e do envolvimento do servidor;

 

- Foco em programas de mudança cultural duradoura ao invés de “concordância temporária”;

 

- Programas monitorados de mudança cultural;

 

- Claro estabelecimento de objetivos e monitoramento de desempenho;

 

- Ampla mobilidade horizontal e vertical – aumentar o grau de responsabilidade do servidor sobre sua própria evolução profissional / maior qualificação para o crescimento (não só tempo de serviço);

 

- Concessão de aumentos salariais com base em critérios entendidos como legítimos;

 

- Valorização das competências individuais e coletivas.

 

A essa altura fico imaginando se aquele grupo inicial de comissionados chegou a uma conclusão sobre servidor público ou servidor do público ou simplesmente pararam para tomar um cafezinho!