"Como podem as rãs discutir sobre o mar se nunca saíram do brejo? Como poderei falar do céu com o pássaro do verão se está retido em sua estação? Como poderei falar com o sábio sobre a vida se é prisioneiro de sua doutrina?" - Chuang Tsé - IV AC
A área de Recursos Humanos passou por inúmeros processos desde os anos 60
quando era chamada de área de Relações Industriais. Sempre dividida entre
Administração de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Recursos Humanos.
Por
uma época surgiu como inovação colocar roupa nova em estrutura velha. Gente e
Gestão, Gestão de Talentos, Gestão de Pessoas, Gestão de Desenvolvimento
Humano, Gestão do Capital Humano, Pessoas e Organização e outros nomes bonitos.
A preocupação era abolir o nome recurso, politicamente incorreto para alguns.
Pessoas não são recursos. Mesma discussão efêmera na área pública. Servidor
Público ou Servidor do Público?
Primeiro, as
empresas não cuidam de gente. Cuidam de trabalhadores que são remunerados em
troca de produção e serviços em conformidade com os padrões de qualidade
determinados. Os trabalhadores devem cumprir bem seu papel.
Dentro da
realidade empresarial, as pessoas serão sempre recursos. Queiram ou não, gestão
emocional não é papel determinante. O RH deve contribuir na construção de
cenários que facilitem e contemplem a motivação e o desenvolvimento pessoal e
profissional. Esse é o verdadeiro papel. O Gestor trabalha para o capital e
deve agregar valor à empresa.
Nestes
tempos pandêmicos qual o papel da área? O que é ser home office para um gestor?
Não existem mais aquelas reuniões de empedernidos gestores, cada mês em uma
empresa, regadas a pão de queijo e água gaseificada.
Nem
a disposição da equipe para organizar
festinhas de celebração de “tempo de casa”, aniversariantes do mês,
confraternização de final de ano e convescotes afins.
O
momento é de discussão para saber o que fazer, o que compreender e como agir em
tempos futuros. Frequente mais as redes sociais e abra e participe de
discussões. Nas redes sociais quando o
assunto é o entendimento de uma questão legal trabalhista, proliferam
participações e troca de opiniões e o interesse em entender o tema é notório.
Muitos debatem e participam.
Agora, basta colocar um tema de Desenvolvimento
para debate que a frequencia de participantes é mínima com um ou outro
comentário e, passados dois, três dias, o assunto morre. Por que o povo de
Desenvolvimento que tem a obrigação de pensar coisas novas não debate ou pouco
debate?
Mesmo nas redes profissionais taxadas como de alto
nível, os grupos formados do segmento pouco debatem. O que mais se vê são
psicólogas recem formadas e desesperadas pedindo soluções imediatas para
assuntos complexos de gestão de pessoas.
Após
pandemia o núcleo de Desenvolvimento deve ser, essencialmente, um Facilitador
(termo emprestado dos processos de gestão da qualidade) e possuir inteligência
aguçada para todas as coisas. Deve fazer do conhecimento sua maior
competência e estar sempre disposto à aquisição de novos saberes, à ampliação
da criatividade e à percepção de ideias e novas oportunidades. Novos saberes
podem propiciar a reformulação de conhecimentos anteriores mal estabelecidos.
Deve participar ativamente da ampliação da competitividade da sua empresa,
romper com passados que não retornarão mais, construir ambientes e cenários
favoráveis ao seu crescimento e ao crescimento coletivo e abandonar
comportamentos autoritários. Deve, ainda, aprender diariamente com os demais
colegas de trabalho, entendendo que a qualidade tem importância primordial para
si e para a empresa.
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