sexta-feira, 5 de março de 2021

Nestes tempos pandêmicos qual o papel do RH? O que é ser home office para um gestor?

 "Como podem as rãs discutir sobre o mar se nunca saíram do brejo? Como poderei falar do céu com o pássaro do verão se está retido em sua estação? Como poderei falar com o sábio sobre a vida se é prisioneiro de sua doutrina?" - Chuang Tsé - IV AC


 A área de Recursos Humanos passou por inúmeros processos desde os anos 60 quando era chamada de área de Relações Industriais. Sempre dividida entre Administração de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Recursos Humanos.

 

Por uma época surgiu como inovação colocar roupa nova em estrutura velha. Gente e Gestão, Gestão de Talentos, Gestão de Pessoas, Gestão de Desenvolvimento Humano, Gestão do Capital Humano, Pessoas e Organização e outros nomes bonitos. A preocupação era abolir o nome recurso, politicamente incorreto para alguns. Pessoas não são recursos. Mesma discussão efêmera na área pública. Servidor Público ou Servidor do Público?

 

Primeiro, as empresas não cuidam de gente. Cuidam de trabalhadores que são remunerados em troca de produção e serviços em conformidade com os padrões de qualidade determinados. Os trabalhadores devem cumprir bem seu papel.

 

Dentro da realidade empresarial, as pessoas serão sempre recursos. Queiram ou não, gestão emocional não é papel determinante. O RH deve contribuir na construção de cenários que facilitem e contemplem a motivação e o desenvolvimento pessoal e profissional. Esse é o verdadeiro papel. O Gestor trabalha para o capital e deve agregar valor à empresa.

 

Nestes tempos pandêmicos qual o papel da área? O que é ser home office para um gestor? Não existem mais aquelas reuniões de empedernidos gestores, cada mês em uma empresa, regadas a pão de queijo e água gaseificada.

 

Nem a disposição da equipe para organizar festinhas de celebração de “tempo de casa”, aniversariantes do mês, confraternização de final de ano e convescotes afins.

 

O momento é de discussão para saber o que fazer, o que compreender e como agir em tempos futuros. Frequente mais as redes sociais e abra e participe de discussões. Nas redes sociais quando o assunto é o entendimento de uma questão legal trabalhista, proliferam participações e troca de opiniões e o interesse em entender o tema é notório. Muitos debatem e participam.

 

Agora, basta colocar um tema de Desenvolvimento para debate que a frequencia de participantes é mínima com um ou outro comentário e, passados dois, três dias, o assunto morre. Por que o povo de Desenvolvimento que tem a obrigação de pensar coisas novas não debate ou pouco debate?

 

Mesmo nas redes profissionais taxadas como de alto nível, os grupos formados do segmento pouco debatem. O que mais se vê são psicólogas recem formadas e desesperadas pedindo soluções imediatas para assuntos complexos de gestão de pessoas.

 

Após pandemia o núcleo de Desenvolvimento deve ser, essencialmente, um Facilitador (termo emprestado dos processos de gestão da qualidade) e possuir inteligência aguçada para todas as coisas.  Deve fazer do conhecimento sua maior competência e estar sempre disposto à aquisição de novos saberes, à ampliação da criatividade e à percepção de ideias e novas oportunidades. Novos saberes podem propiciar a reformulação de conhecimentos anteriores mal estabelecidos. Deve participar ativamente da ampliação da competitividade da sua empresa, romper com passados que não retornarão mais, construir ambientes e cenários favoráveis ao seu crescimento e ao crescimento coletivo e abandonar comportamentos autoritários. Deve, ainda, aprender diariamente com os demais colegas de trabalho, entendendo que a qualidade tem importância primordial para si e para a empresa. 


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