quinta-feira, 5 de abril de 2018

Eu e o Lula!


Estava lavando minha Brasília 1980 em Brasília. Morava lá nessa época. Já era noite e eu ouvia no rádio um programa do PT. Aumentei um pouco o volume do rádio. Nesse momento é apresentado ao público uma gama de intelectuais e de professores de universidades apoiando o partido. Uma festa! Passei a ler tudo sobre o Partido.  Era um simpatizante, não um militante. Só “milito” comigo mesmo. Em abril de 1984 eu retornava de São Paulo à Brasília. Brasília estava em estado de sítio por causa da votação da Emenda Dante de Oliveira, Diretas Já. No avião que eu estava também estavam o Lula e o Genoíno. Lula de perna quebrada. Desci atrás deles. Eu, o Lula e o Genoíno. Soldados organizavam a fila única para identificação. Como se acabássemos de chegar a um país estrangeiro. Do avião até o momento em que Genoíno era o próximo da fila a identificar-se fui ouvindo a conversa dos dois e dando uma interagida de vez em quando. Foi hilário. Ambos rindo e fazendo piadas do acontecimento. Como ficamos “amigos de infância”, na saída do aeroporto os dois se despediram e foram embora. Minha mulher presenciou a cena da despedida e veio com perguntas. Falei com orgulho que eram meus amigos! O Presidente caminhou na minha frente!

Quando retornei à São Paulo certa vez na Bienal do Livro encontrei Genoíno liderando uma passeata de funcionários de editoras. Como foi em menos de um ano do nosso encontro histórico ele me reconheceu. Trocamos olás.

Passados 34 anos da minha amizade com os “amigos de infância”, confesso que há muito tempo ando triste. Ando triste porque os “amigos de infância” escreveram a história de forma diferente da que aprenderam ou, melhor dizendo, da que queriam aprender. Lula virou Lula Conselheiro.

Poderia ter sido o maior estadista brasileiro de todos os tempos e ficar na história dos grandes homens. Apequenou-se. Tornou-se um ser ridículo em suas últimas falas. Só lamento!






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