Estava
lavando minha Brasília 1980 em Brasília. Morava lá nessa época. Já era noite e
eu ouvia no rádio um programa do PT. Aumentei um pouco o volume do rádio. Nesse
momento é apresentado ao público uma gama de intelectuais e de professores de
universidades apoiando o partido. Uma festa! Passei a ler tudo sobre o Partido.
Era um simpatizante, não um militante. Só
“milito” comigo mesmo. Em abril de 1984 eu retornava de São Paulo à Brasília.
Brasília estava em estado de sítio por causa da votação da Emenda Dante de
Oliveira, Diretas Já. No avião que eu estava também estavam o Lula e o Genoíno.
Lula de perna quebrada. Desci atrás deles. Eu, o Lula e o Genoíno. Soldados
organizavam a fila única para identificação. Como se acabássemos de chegar a um
país estrangeiro. Do avião até o momento em que Genoíno era o próximo da fila a
identificar-se fui ouvindo a conversa dos dois e dando uma interagida de vez em
quando. Foi hilário. Ambos rindo e fazendo piadas do acontecimento. Como
ficamos “amigos de infância”, na saída do aeroporto os dois se despediram e
foram embora. Minha mulher presenciou a cena da despedida e veio com perguntas.
Falei com orgulho que eram meus amigos! O Presidente caminhou na minha frente!
Quando
retornei à São Paulo certa vez na Bienal do Livro encontrei Genoíno liderando
uma passeata de funcionários de editoras. Como foi em menos de um ano do nosso
encontro histórico ele me reconheceu. Trocamos olás.
Passados
34 anos da minha amizade com os “amigos de infância”, confesso que há muito
tempo ando triste. Ando triste porque os “amigos de infância” escreveram a
história de forma diferente da que aprenderam ou, melhor dizendo, da que
queriam aprender. Lula virou Lula Conselheiro.
Poderia
ter sido o maior estadista brasileiro de todos os tempos e ficar na história dos
grandes homens. Apequenou-se. Tornou-se um ser ridículo em suas últimas falas. Só
lamento!
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