Quando saí da última empresa que trabalhei como
Gerente de RH, uma auto peças, comprada por uma multinacional durante o Governo
Collor (como muitas), a primeira coisa que me passou pela cabeça foi criar
coragem, sair da minha zona de conforto e tornar-me Consultor. Um CHO. Afinal,
Consultor vende conhecimento adquirido e, àquela altura, eu tinha absoluta
convicção que poderia vender conhecimento adquirido. Fui à luta também, para
não mais viver aqueles incômodos períodos de “corte” tão comuns nas empresas.
Trabalhei em uma empresa que num mês de setembro todas as quatro sextas feiras
houve cortes de funcionários. Imaginem o clima de quem ficou para a próxima
sexta feira. Não fui dessa vez!
Meu primeiro cliente foi uma distribuidora de
veículos nacionais que por decisão de seu proprietário queria deixar de ser
loja e virar empresa. A empresa estava em franca expansão e o mercado aquecido.
Confesso que voltei a ter pensamentos de assalariado, pois atuei somente nessa
empresa por quase cinco anos dado meu conforto e relação com o proprietário. Por
estar tão bem envolvido no mercado automotivo depois desse cliente fui para
outro do mesmo ramo e muito mais forte. Também atuei por quase cinco anos. Como
Consultor!
Minha vida diversificada de fato começou em 2002
quando passei a atuar por uma Universidade Federal em consultorias internas e
consultorias externas na área pública. Em paralelo, também comecei a atuar
novamente no mercado privado. Ora independente, ora associado. Como associado é
preciso ter muito cuidado com a parceria. Meu primeiro contrato associado foi excelente
e guardo ótimas recordações. Os outros deixaram a desejar. Optaram pela
política de “menos é mais”. Menos remuneração e mais entrega de conhecimento!
Um fato importante que você tem que aprender é
quando você vende um trabalho e a equipe do cliente lhe trata bem ou é em uma
empresa similar àquelas que você trabalhava como assalariado, nunca
imagine que você faz ou fará parte da equipe. Você foi
contratado para um serviço com início, meio e fim. Só isso. Convença-se disso e
faça o melhor, pois um bom trabalho gerará outros.
Eu sei que em uma situação dessas dá uma saudade enorme dos
outros tempos, mas esses outros tempos já se foram. O seu momento é agora. Já
passei por isso.
Em um projeto que eu estava realizando para uma construtora
de grosso calibre, uma pesquisa salarial, ao contatar uma das convidadas para a
pesquisa não fui bem recebido mesmo citando que era em nome da construtora mais
poderosa que a dela. Após ela entrar em contato com a minha cliente fiquei sabendo
que o motivo era porque eu não tinha apresentado meu telefone fixo e quem era esse tal de consultor. Essa
estória reflete bem as dificuldades que passam os Consultores Independentes. Costumam
indicar o celular (o fixo é da residência) e não possuem espaço físico em um
edifício comercial!
Muitos RH´s que tive contato e que se mostraram prepotentes
e desatenciosos nas entrevistas comerciais, mais pelo poder da empresa que
trabalhavam do que pela competência, estão disponíveis no mercado.
Outra situação desagradável que costuma ocorrer é por você
estar “desempregado” na visão de alguns, uma consultoria lhe chamar para “lhe
ajudar!”. Procuram pagar o mínimo possível, pois estão lhe ajudando, e tentam
absorver todo seu conhecimento!
Não se desiluda, tem muito RH sangue bom que vai lhe
atender com todo carinho e respeito. Eles precisam de você e de seu
conhecimento adquirido. Prepare seu celular, seu notebook, seus livros e seu
pensamento. Quando a época é sem contratos visite outros amigos consultores,
pesquise redes sociais, pesquise e-mails de empresas que você poderia vender
seus serviços, confeccione um cartão de visitas e mantenha-os sempre no bolso, leia
seus arquivos, trabalhos já realizados, pesquise bastante na internet. Você tem
tempo para isso!
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