Eloi Zanetti - Consultor de Marketing e de
Comunicação:
"Precisamos
provar que existe vida inteligente". Esses dias, conversando com um empresário e sua
diretora de RH, o assunto versou sobre recrutamento e seleção. Eles haviam
chegado à seguinte conclusão: "Daqui para frente, só iremos contratar
gente inteligente, do boy aos cargos de diretoria." O presidente da
empresa arrematou: "Não adianta o candidato chegar com muitos cursos,
mestrado, pós-graduação e formação acadêmica no exterior que se ele não for inteligente,
não entra." Lembrei que na mesma empresa, um ano antes, num exercício em
workshop percebi um funcionário, humilde, mas se destacando dos demais nos
exercícios pela sua sagacidade na proposição e resolução de problemas.
Perguntei a esse mesmo empresário, quem era aquele? - Ele me disse: "Um
operário da linha de produção." Rebati: "Fique de olho nele, esse
cara é bom".
Meses mais tarde fiquei sabendo que esse
funcionário havia criado coragem e solicitado uma conversa com o presidente.
Trazia uma série de idéias de como aumentar a eficiência do seu trabalho e
setor e que não aguentava mais ficar ouvindo baboseira de projetos que não
terminavam nunca, da refação de trabalhos e da sobreposição de tarefas. O
presidente pacientemente ouviu as ideias, acho-as boas e mandou-o colocá-las em
execução o que melhorou substancialmente o fluxograma da empresa trazendo
economia de tempo e dinheiro. Hoje, este operário, ocupa um cargo melhor e
desempenha bem o seu papel, apesar da sua carência de formação. Mas como homem
inteligente, já se matriculou em uma faculdade. A empresa está ajudando. Ele
percebeu que a inteligência sozinha não é nada, que o trabalho, sozinho, também
não é nada, mas que somados podem tudo.
O que muitas vezes acontece, não é a falta de inteligência,
mas a preguiça de pensar e o fato de não querer trazer para o ambiente
empresarial toda a potencialidade que se possui. O colaborador pode ser
inteligente e criativo fora da empresa, nas na hora das trocas de salário por
capacidade fica no débito. Muitas vezes a culpa é da própria empresa que só faz
travar o processo criativo e o livre pensar do seus funcionários. Ambiente em
que só os diretores e gerentes podem ter ideias está condenado a ter poucas e
péssimas. O pensar e o agir criativo é que fazem as coisas.
Gente inteligente gosta de trabalhar com outros
da mesma espécie. É estimulante e desafiante fazer parte de uma equipe que sabe
pensar. A turma pode ser altamente competitiva, mas vibra quando as boas ideias
aparecem. É assim que se formaram as grandes equipes criativas, aquelas que
mudaram o mundo. Um inteligente foi atraindo o outro, que foi atraindo o outro
e em breve o ambiente estava brilhando e carregado de boas energias. Quer
melhor exemplo do que a turma do Steve Jobs? Faça como a Apple e como esse meu
cliente - pense diferente - só contrate gente inteligente.
E já que estamos em tempos de futebol, o que um
time precisa é de jogadores pensadores e não de carregadores de bola. Aproveite o Brasileirão e observe os craques jogando, eles param por milésimos de segundos,
pensam e só depois é que disparam seus passes ou chutam em direção ao gol.
Craque é craque porque sabe pensar."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem, da discussão nasce a sabedoria!