segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Quantos josés e marias bateram e/ou continuam batendo à sua porta e você nem percebe que são medalhistas para sua empresa?

Quando se encerra um evento de repercussão, seja de qualquer modalidade, alguns autores logo saem com artigos sobre “o que você pode aprender com este ou aquele evento”. Pois é. Eu não quero escrever sobre isso.

O que eu quero é escrever sobre os brasileiros anônimos em termos de mídia, marketing e badalação em geral. Quero escrever sobre aqueles que você nunca ouviu falar e agora são seus amigos de infância. Iguais àqueles que enviam currículos ou fazem entrevistas e quase nunca obtém respostas posteriores. Candidatos definidos como “não aproveitáveis” logo no primeiro olhar de um entrevistador inexperiente ou preconceituoso. Mesmo com uma boa experiência de campo. Descartados apenas pelo nome da instituição de ensino frequentada ou do bairro onde moram. Candidatos sem grife. Não possuem o trade mark determinado. Candidatos não percebidos. Passando por uma avaliação segura e bem feita, podem apresentar um forte potencial de desempenho, potencial este, obtido por sua própria estória de vida, repleta de desafios superados. Mas acabam sendo invisíveis aos olhos nus.

Nem só de grifes acadêmicas, títulos obtidos e horas e mais horas de estudos de seus colaboradores, sobrevive uma empresa. As equipes devem ser mescladas com pensadores e viabilizadores. Viabilizadores que frequentam o chão de fábrica e os corredores da administração ou botam a bota no barro dos canteiros de obras. A harmonia e o perfeito equilíbrio da eficácia (viabilizadores) com a eficiência (pensadores) é fundamental em qualquer processo que busque um mínimo de sucesso. 

Alguns de nossos medalhistas, ao longo dos períodos de treinamento e preparação (últimos quatro anos), obtiveram mais recursos técnicos e financeiros do que os outros. Isso devido à própria estrutura familiar e/ou patrocínios e campanhas publicitárias. Isso não é nenhum demérito. Longe disso. Isso se chama uma relação de oportunidade com talento. Porém, alguns atletas, medalhistas ou não, teriam poucas chances de demonstrar suas competências, habilidades e atitudes em uma simples entrevista ou numa lida rápida de currículos. Sabemos disso.

Quantos josés e marias bateram e/ou continuam batendo à sua porta e você nem percebe que são medalhistas para sua empresa?

Carlos Alberto de Campos Salles
Consultor de Recursos Humanos
Independente
Remuneração - Gestão de Desempenho - Competências

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