quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Carreiras Paralelas - Y

O conceito de carreiras paralelas começou a ser desenvolvido, validado e adotado logo após a segunda grande guerra mundial por grandes empresas americanas, notadamente as voltadas para pesquisa e desenvolvimento. Antes dessa época, os funcionários que ocupavam os cargos técnicos do topo da estrutura das empresas, naturalmente caminhavam para uma gerência ou uma diretoria. Contudo continuavam locados nos laboratórios de origem, na condução ou na supervisão de pesquisas e trabalhos experimentais.

Com o desenvolvimento da indústria química e farmacêutica, as atividades desses profissionais começaram a mudar. As operações e os negócios começaram a ficar cada vez mais complexos e as funções técnicas mais concentradas e especializadas. Porém, uma vez imersos em atividades administrativas, os gerentes e diretores técnicos não podiam se dedicar por completo à liderança e ao acompanhamento técnico.

A proposta de Carreiras Paralelas, também conhecida como Carreiras em Y, foi concebida para reconhecer e recompensar os profissionais da área técnica, não gestores, e tornar o acesso a ganhos mais altos de forma flexível e inteligente. Nessa filosofia nos vem à lembrança aquele jargão de desenvolvimento gerencial – em uma promoção você pode ganhar um medíocre chefe de oficina e perder um excelente mecânico, na ânsia de querer recompensá-lo com a posição de gestão. Essa metodologia permitiu atender as necessidades imediatas de status e recompensas semelhantes ao grupo gestor para o pessoal de pesquisa e desenvolvimento, sem tirá-los dos laboratórios e envolvê-los com atividades administrativas. O conceito atinge seus objetivos quando a carreira de gestão não se torna atrativa para aqueles cujos interesses e talentos dominantes estão voltados para o desenvolvimento tecnológico.

Os critérios de movimentação/promoção não devem ser aplicados igualmente a todas as atividades técnicas. Devem ser conceituados em conformidade com o papel e a responsabilidade do funcionário. É saudável a criação de um comitê interno para avaliar as contribuições que os funcionários da área de pesquisa e desenvolvimento agregam à instituição, desde a concepção de produtos e processos até a comercialização.

Os desafios mais comuns citados na administração das Carreiras Paralelas tem sido os seguintes: desenvolver e manter a credibilidade do sistema, fornecer status e encorajamento para o desenvolvimento profissional, falta de compromisso da direção maior, definição estreita para a carreira técnica e uso do lado técnico da carreira para promoção de gestores mal sucedidos.

Carlos Alberto de Campos Salles
Consultor de Recursos Humanos
Aposentado e Sempre Independente
São Paulo / SP


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