O conceito de carreiras paralelas começou a ser
desenvolvido, validado e adotado logo após a segunda grande guerra mundial por
grandes empresas americanas, notadamente as voltadas para pesquisa e
desenvolvimento. Antes dessa época, os funcionários que ocupavam os cargos
técnicos do topo da estrutura das empresas, naturalmente caminhavam para uma
gerência ou uma diretoria. Contudo continuavam locados nos laboratórios de
origem, na condução ou na supervisão de pesquisas e trabalhos experimentais.
Com o desenvolvimento da indústria química e
farmacêutica, as atividades desses profissionais começaram a mudar. As
operações e os negócios começaram a ficar cada vez mais complexos e as funções
técnicas mais concentradas e especializadas. Porém, uma vez imersos em
atividades administrativas, os gerentes e diretores técnicos não podiam se
dedicar por completo à liderança e ao acompanhamento técnico.
A proposta de Carreiras Paralelas, também
conhecida como Carreiras em Y, foi concebida para reconhecer e recompensar os
profissionais da área técnica, não gestores, e tornar o acesso a ganhos mais
altos de forma flexível e inteligente. Nessa filosofia nos vem à lembrança
aquele jargão de desenvolvimento gerencial – em uma promoção você pode ganhar
um medíocre chefe de oficina e perder um excelente mecânico, na ânsia de querer
recompensá-lo com a posição de gestão. Essa metodologia permitiu atender as
necessidades imediatas de status e recompensas semelhantes ao grupo gestor para
o pessoal de pesquisa e desenvolvimento, sem tirá-los dos laboratórios e
envolvê-los com atividades administrativas. O conceito atinge seus objetivos
quando a carreira de gestão não se torna atrativa para aqueles cujos interesses
e talentos dominantes estão voltados para o desenvolvimento tecnológico.
Os critérios de movimentação/promoção não devem
ser aplicados igualmente a todas as atividades técnicas. Devem ser conceituados
em conformidade com o papel e a responsabilidade do funcionário. É saudável a
criação de um comitê interno para avaliar as contribuições que os funcionários
da área de pesquisa e desenvolvimento agregam à instituição, desde a concepção
de produtos e processos até a comercialização.
Os desafios mais comuns citados na administração
das Carreiras Paralelas tem sido os seguintes: desenvolver e manter a
credibilidade do sistema, fornecer status e encorajamento para o
desenvolvimento profissional, falta de compromisso da direção maior, definição
estreita para a carreira técnica e uso do lado técnico da carreira para promoção
de gestores mal sucedidos.
Carlos Alberto de Campos
Salles
Consultor de Recursos Humanos
Aposentado e Sempre Independente
São Paulo / SP