Estamos quase na metade do ano e ainda nos assustamos com o advento de
uma pandemia originária na China denominada Corona. Creio que os chineses no
começo não sabiam da extensão, proliferação e gravidade do vírus. Devem ter pensado
o mesmo que um ex presidente nosso disse na crise financeira de 2008, uma
marolinha. Uma gripezinha devem ter pensado. A tal gripezinha tomou um vulto
tão grande que abalou o mundo inteiro que ainda busca a vacina da salvação.
Bem, o objeto desse artigo não é a pandemia, mas sim, a empregabilidade pós
pandemia.
Muitos profissionais de diversos níveis de formação e de diversas áreas
e faixas etárias começaram o ano novo à procura de emprego ou ocupados em
manter o emprego atual ou fontes de trabalho. A estes, se junta a massa de
trabalhadores em busca do primeiro emprego. Bem ou mal a economia vai se
recuperando.
Aí veio a instalação oficial do novo vírus em nosso país e com a
necessidade de isolamento social centenas de lojas, escritórios, serviços de
alimentação e empresas foram fechadas em todo país. Como resultado, desemprego
em massa. E agora? Até os encantados da geração
Y estão em tempos de calmaria. Os que sobreviveram ao emprego estão trabalhando
em casa afetos a comandos e controles de gestão e gerenciamento.
A turma acostumada a viver, conviver e superar tantos momentos de crise
no país afirma que já viram esse filme antes. Não, não viram.
O pessoal de Recursos Humanos que sofreu para manter-se equilibrado e
preservar a motivação e harmonia das equipes quando seus diretores e presidente
receberam a visita da polícia federal vão ter muito trabalho pela frente. Não
existe mais zona de conforto!
Com certeza o emprego deverá ser
reinventado. Como manter-se competitivo num mercado onde todos precisarão,
assim como você, manterem-se competitivos?
Voltando no tempo, os quesitos de uma carreira bem sucedida centravam a
dedicação, lealdade e paciência para percorrer degrau a degrau, a hierarquia da
empresa. A experiência era a principal referência de êxito. Combinavam a
acomodação pela espera, a dependência do emprego, a resistência às mudanças e o
salário determinado pela empresa. Nos anos 90, funcionários e empresas
começaram a abandonar a ideia do carreirismo e dos chamados “edifícios para
sempre”. O grau de escolaridade passou a ser a principal referência de êxito.
Combinavam a confiança, o “ser” político, a criatividade, o ajuste às mudanças,
a competitividade, o salário negociado com a empresa e a aquisição de
conhecimentos baseada na teoria acadêmica.
O novo século passou a sustentar a contratação de funcionários com alto
potencial de êxito, assegurar que estes novos colaboradores recebam o
monitoramento necessário para desenvolver este potencial, definir um sistema de
avaliação para fornecer a retroalimentação necessária para alcançar um desenvolvimento
excelente e permitir focar nos conhecimentos, habilidades e atitudes que
necessitam para alcançar os objetivos da empresa. Tudo muito bonito. Você é o
dono da sua carreira.
Como será a empregabilidade durante e
pós pandemia?
Muitos postos de trabalho de vários níveis estão sendo perdidos para a
geração que os ocupavam. Na volta às atividades comerciais, industriais e
consultivas novas competências deverão surgir. O novo funcionário será
moldado pela postura e envolvimento nos processos de mudanças que virão e pela
capacidade de aprender a reaprender. Gestão de Pessoas deverá fazer do
conhecimento sua maior competência e romper com passados que não retornarão
mais.
Carlos Alberto de Campos Salles
Consultor de Recursos Humanos
Aposentado e Sempre Independente
São Paulo / SP
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