Bruno Lemerle, do sindicato francês
de direita CGT, ao se referir ao caso disse "Hoje
domina o individualismo obstinado. Cada funcionário está em competição com o
outro. Constantemente com os dirigentes respirando em seu pescoço, os quais
estão, por sua vez, também sob pressão. Nas empresas desapareceu qualquer forma
de humanidade e não existe nenhum espírito de família nem de amizade".
Segundo os sindicatos dos
trabalhadores da PSA, há alguns anos domina na empresa um "clima de incerteza",
ligado às ameaças de deslocamento e à reestruturação organizacional, além da
"concorrência entre os jovens engenheiros e os velhos técnicos".
Nessa mesma época, em uma fábrica
da Renault, também ocorreram três suicídios. Há poucos dias, foi noticiado o
vigésimo quarto suicídio, em dezoito meses, na France Telecom, empresa de
telefonia de economia mista, com cem mil trabalhadores em toda a França. O que
acontece no mundo corporativo?
A capacidade de permanecer
funcionalmente ativo em uma sociedade cada vez mais competitiva exige um ser
humano lúcido e emocionalmente estruturado. Atento, cada vez mais, às areias
movediças que costumam aparecer no mundo corporativo.
Vivemos o marasmo de conviver sob a
mediocridade do individualismo e da concorrência predatória? Muitas empresas,
na definição de seus valores, apregoam a competência “Saber trabalhar em
Equipe”. Um dos itens de avaliação em entrevistas de seleção e de programas de
gestão e avaliação de desempenho é, invariavelmente, “Trabalho em Equipe”.
Porém, essas mesmas empresas, costumam semear a competição e expor seus
funcionários ao próprio limite.
A percepção do ser humano em
relação às coisas que o cercam, hoje em dia, influenciada pela mídia, pela pressão
corporativa, pelo momento pessoal e/ou profissional, pela internet, pelo mundo
globalizado, pode mudar rapidamente, tornando tudo à sua volta chato e
depressivo.
Diante da explícita necessidade do
ser humano se fazer presente de forma natural e não caricata, diante de
candidatos a emprego cada vez mais pré programados e marqueteiros, diante da chatice do mundo corporativo cada vez mais
depressivo e opressor, diante da expressão “se você não fizer alguém faz”, a
área de Gestão de Pessoas tem a obrigação de quebrar tudo e começar a construir
novos cenários e uma proposta de revisão de conceitos e preconceitos no mundo
corporativo, pois alguma coisa está errada.