Na
estória do desenvolvimento educacional, a abordagem de indicadores escolares
relacionados a resultados obtidos nos processos de aprendizagem é recente.
Historicamente, a área educacional trabalha com a premissa que as condições
sócio econômicas e culturais externas ao sistema educativo, sobre as
possibilidades de êxito dos alunos, é tão forte e influente, que pouco se pode
fazer nas escolas para contestá-las. Hoje existe um certo consenso da ideia que
o fracasso ou o sucesso de todo sistema educativo depende, fundamentalmente, da
qualidade do desempenho de seus docentes.
Não
adiantam novas propostas e planos de estudos, construção de magníficas
instalações, modernos meios de comunicação de ensino e outros itens. Sem
docentes eficientes não haverá o crescimento real da qualidade de ensino.
A
formulação e a implantação de programas de avaliação de desempenho de docentes
deve ser tratada como tema prioritário para melhorar os resultados de
aprendizagem do sistema educativo público e que os docentes tenham um peso
decisivo na obtenção desses resultados.
A
avaliação de desempenho do corpo docente não deve ser vista como uma forma de
vigilância e controle de suas atividades (é inaceitável o uso da avaliação de
desempenho como forma de pressão), mas sim, como uma forma de facilitar e
ampliar o aperfeiçoamento do professorado.
Ao invés
de “pedir contas” a respeito da qualidade de suas atividades, a situação começa
a mudar quando, programas e processos de avaliação de desempenho, asseguram que
isso ocorra de forma planejada e sistemática.
Quando
avaliadores mal preparados que ao mesmo tempo que cuidam de atividades
burocráticas de secretarias escolares, desenvolvem a delicada e complexa tarefa
de julgar a qualidade do desempenho do professor em sala de aula, sugere o
juízo mecânico e subjetivo da equipe qualificadora. Um sistema apresentado
dessa forma não é adequado para avaliar e melhorar o desempenho docente em sala
de aula e na escola.
É
fundamental, portanto, rever conceitos e propor um sistema bem articulado em
seus componentes e embasado em uma lógica voltada à ação docente. Tal sistema
deve ter o potencial de melhorar a médio e longo prazo a qualidade do trabalho
docente.
É preciso
identificar as qualidades que constroem um bom professor para, a partir daí,
gerar políticas públicas educativas (pesquisa investigativa do que é ser um bom
professor , tendo como público alvo o próprio professor, os alunos e os pais de
alunos).
Os
indicadores de desempenho devem estar voltados para os docentes e não contra
eles!
Pela
própria característica da atividade, o docente é submetido regularmente a uma
avaliação (crítica) por toda a comunidade em que atua. Essas avaliações
informais, geralmente produzidas de forma espontânea, costumam ser carregadas
de subjetivismo e falta de conhecimento amplo dos fatos. Podem gerar decisões
inadequadas e constrangedoras e provocar insatisfação e desmotivação dos
docentes. Daí que, na maioria das vezes, quando o assunto é avaliação de
desempenho, surge a resistência do professorado na discussão da questão. Se faz
necessário a formulação de um sistema de avaliação que torne esse processo
justo e racional, de forma planejada e sistemática. Que permita valorizar o
desempenho do docente com objetividade, profundidade e imparcialidade.
Um
processo de avaliação realizado regularmente, pode monitorar e aferir o nível
de conhecimento do docente e analisar características de competências e
habilidades (segurança em si mesmo, mobilidade em sala de aula, comunicação
verbal e corporal, espírito de superação de dificuldades, perseverança,...).
Observo
que antes de se pensar em indicadores é preciso desenvolver e validar
procedimentos para uma adequada avaliação de desempenho e preparar avaliadores
capacitados para emitir julgamentos sobre o desempenho de docentes em contextos
diversos.
Para
iniciar a discussão da construção de indicadores de desempenho, relaciono
alguns itens:
-
Capacidade para fazer sua matéria entretida e interessante,
-
Qualidade de sua comunicação verbal e não verbal,
-
Capacidade para identificar e compreender as situações em sala de aula e
ajustar sua intervenção,
- Grau de
informação sobre o andamento da aprendizagem de seus alunos,
- Capacidade
para criar um ambiente favorável para que o aluno conheça seus direitos e
responsabilidades e aprenda a exercê-los,
- Grau de
satisfação com o trabalho que realiza,
-
Assistência e pontualidade com a escola e suas classes,
-
Flexibilidade para aceitar a diversidade de opinião e sentimentos dos alunos e
respeito por suas diferenças de personalidade, raça e situação sócio econômica,
- Grau em
que seus alunos possuem sentimentos cívicos pela Pátria, natureza, estudos e ao
ser humano.
Consultor de Recursos Humanos Independente
carh.consultoria@gmail.com
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