quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Diplomas impressionam, Resultados inspiram!

Em um mercado que ainda valoriza títulos e escolas de “primeira linha”, é importante lembrar: o verdadeiro diferencial está na vivência profissional — naquilo que aprendemos no campo de batalha corporativo.

Nos processos seletivos, é comum que os critérios definidos pelas instâncias superiores sejam seguidos à risca. Pouco espaço se dá à avaliação individual e contextual do candidato. Um dos primeiros filtros aplicados — e muitas vezes decisivo — é a idade.

Em cargos de nível superior, especialmente aqueles que exigem MBA, fluência em idiomas e formação em instituições de prestígio, a experiência profissional costuma ser subestimada. O valor atribuído ao nome da escola e à quantidade de diplomas, em muitos casos, sobrepõe-se à história real de conquistas e aprendizados adquiridos na prática.

Entretanto, há excelentes profissionais formados fora desse círculo restrito. São pessoas que trabalham durante o dia, estudam à noite e enfrentam desafios concretos — desenvolvendo competências que nenhum MBA é capaz de ensinar.

Henry Mintzberg, professor da Universidade McGill (Canadá) e crítico do modelo tradicional de MBAs, aborda esse tema em seu livro “MBA? Não, Obrigado”. Ele afirma que é um equívoco tentar ensinar gestão a quem nunca liderou uma equipe. Para Mintzberg, a verdadeira educação gerencial nasce da experiência, unindo conhecimento técnico à sensibilidade de administrar pessoas e situações reais.

Quando concluí minha graduação em Administração, cursei uma pós-graduação em uma escola de primeira linha — equivalente a um MBA (cerca de 400 horas). Pouco tempo depois percebi que, se dependesse apenas daquele conteúdo, rapidamente estaria desatualizado. Desde então, cursos curtos, congressos, leituras e debates constantes me mantiveram atualizado. Por isso, embora mencione minha formação acadêmica no currículo, sei que o que realmente tem valor é a experiência vivida no ambiente empresarial.

Pesquisas recentes mostram que mais da metade dos CEOs norte-americanos não possui MBA. A revista Exame, citando a Bloomberg Businessweek, revelou que os professores mais bem avaliados em programas de negócios não estão, necessariamente, em Harvard, Stanford ou MIT — e que algumas dessas instituições figuram entre as piores no ranking de satisfação dos alunos.

Consultorias de recrutamento executivo há muito entenderam esse equilíbrio: a formação acadêmica é importante, mas as realizações e resultados concretos do profissional têm peso igual ou superior.

Portanto, se você está cursando ou pretende cursar um MBA, saiba que o conhecimento formal é apenas o ponto de partida. A atualização constante, a curiosidade intelectual e o aprendizado prático são o que realmente sustentam uma carreira de sucesso.

Hoje, com a internet, nunca foi tão fácil aprender — e tão necessário continuar aprendendo.