O desenvolvimento do mercado chinês é uma das principais prioridades das multinacionais. Contudo, seja qual for a indústria, o obstáculo é sempre o mesmo: atrair, desenvolver e preservar bons profissionais locais necessários à realização desse objetivo. As multinacionais sabem da importância de ter uma liderança autóctone em sintonia com as idiossincrasias e com as rápidas mudanças do mercado chinês. Em recente entrevista ao Wall Street Journal, Pierre Cohade, presidente da Goodyear na região Ásia-Pacífico, confirmou que o principal desafio das empresas na China é "a busca desesperada de bons profissionais". O problema não se restringe a Goodyear: nos últimos 13 anos, a Câmara Americana do Comércio fez levantamentos anuais sobre a situação das empresas americanas na China e um dado que aparece com frequência aponta para as limitações dos recursos humanos em nível administrativo como o maior desafio dessas empresas.
Funcionários locais: por que se preocupar com isso?
As multinacionais preferem contratar pessoas do mercado que desejam atingir principalmente para ter acesso a informações sobre essas regiões. Na China, por exemplo, isso fez com que muitas multinacionais reduzissem o número de funcionários não chineses. Pankaj Ghemawat, professor da escola de negócios IESE, pesquisou o impacto da "distância cultural" sobre a empresa e constatou que os maiores desafios estão nas regiões em que as empresas operam sem vínculos históricos e culturais, conforme acontece com as empresas americanas e europeias na China. Práticas bem-sucedidas no exterior podem não ter o mesmo efeito: empresas que são líderes em outros mercados, como a Best Buy e The Home Depot, naufragaram na China porque foram incapazes de compreender os hábitos de consumo dos chineses e suas condições locais.
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