sexta-feira, 13 de maio de 2011

PLR e a relação empresa x trabalhador! Emílio Odebrecht

Fonte: Folha de São Paulo, 07/02/2010

Autor: Emílio Odebrecht 

A participação dos trabalhadores nos resultados é hoje um imperativo na vida de qualquer empresa. Na era em que vivemos, o que faz a diferença são o conhecimento que as pessoas dominam e a interação entre elas, que gera o conhecimento coletivo. O decisivo é o fator humano, condição que dá a cada indivíduo o direito de  sentir-se sócio e comportar-se como dono da organização onde trabalha.

Por essa razão, temos assistido no Brasil a uma grande evolução nas formas de se construírem as relações entre os trabalhadores, seus líderes ( diretores ou não) e os acionistas. Não precisamos, portanto, de novas leis ou normas desconectadas da realidade, mas de uma nova mentalidade pautada pela crença no valor da parceria e na capacidade de cada empresa definir seu próprio modelo de partilha dos resultados e de incentivo à produtividade. 

Para contribuir com o debate em curso sobre o tema, listo abaixo o que considero as premissas indispensáveis dessa agenda:

- No mundo do trabalho, devemos estimular sempre o diálogo entre líderes e liderados.

- A política de distribuição generalizada dos resultados obtidos pela empresa, a partir de um valor mínimo pré-estipulado, cria cartórios e desestimula os mais produtivos – o que não ocorre quando a participação equivale a uma taxa previamente pactuada sobre as metas a serem alcançadas pelo setor ou divisão da companhia.

- A avaliação de um profissional para efeito de pagamento de bônus não deve ter como parâmetro exclusivamente o lucro, mas o conjunto de resultados tangíveis e intangíveis que ele logrou alcançar, dentre os quais está o lucro, porque, sendo este a única medida, a empresa não terá parceiros, terá mercenários.

- Deve prevalecer sempre o conceito básico da autorremuneração, o que significa que todo profissional que tenha uma relação formal com uma empresa deve tomar consciência de que precisa produzir, sim, lucros com o seu trabalho e que parte dele serve para sua retirada mensal e para a remuneração variável a que fizer jus. A sobra cabe à empresa investir, de modo a criar novas oportunidades para outros trabalhadores, dar retorno aos seus acionistas e cultivar intangíveis que façam diferença na perspectiva do futuro.

- Finalmente, empresas e trabalhadores precisam ser vistos como uma coisa só, entes convergentes e não antagônicos, cujas relações já superaram arcaicas concepções de opressor e oprimido e que dispensam o paternalismo legalista, que não educa, não promove e não valoriza quem tem valor e traz resultados de fato.

Nota: Observo que nas Empresas Odebrecht as relações de subordinação não são tratadas como chefe/subordinado, mas sim, como líder/liderado e a liberdade de "provocar discussão sobre um tema" é amplamente aceita!


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